Na sessão da Câmara Municipal da última terça-feira (22), o vereador Jean Henrique Dias Carneiro (Jean Negão, Progressistas) usou a tribuna para ler uma carta encaminhada por um grupo de empresários do Centro de Palhoça, que foi formado para a organização de uma manifestação em prol da segurança para os comércios situados na área central do município, em junho, e desde então tem se mantido organizado e fazendo reivindicações junto ao poder público. Uma dessas reivindicações diz respeito à presença de moradores de rua na região central da cidade, uma situação que, segundo os empresários, afeta diretamente a questão do comércio e da segurança pública no município.
O vereador relata que recebeu a carta na segunda-feira (21) e decidiu lê-la em plenário “com a esperança de que esta Casa se sinta motivada a estabelecer um debate contínuo dessa situação, na tentativa de buscar alguma solução para o problema”. “Os comerciantes do Centro de Palhoça vêm solicitar a sua voz na Câmara de Vereadores para expor nosso problema a respeito da doação de alimentos irregular no Centro de Palhoça. Nós já nos dirigimos pessoalmente à Prefeitura, onde conversamos com a secretária de Assistência Social do município e também com o secretário de Saúde. Ambos, durante a conversa, se mostraram preocupados, porém, não passou de uma simples conversa. Estamos cansados de abrir reclamações e não ver a efetividade na solução dos problemas. Estão tratando os geradores de empregos e impostos com descaso”, comentam os empresários, na carta.
Os empresários relatam que o trecho da rua Evaldo Carlos Baasch, nas proximidades do prédio da antiga prefeitura (que, ironicamente, abriga atualmente a Secretaria de Assistência Social), está sendo chamado de “Resort Palhoça”, porque são servidas até seis refeições por noite durante a semana, e aos domingos, três cafés da manhã. Os moradores de rua ali instalados também recebem doações de roupas. Os empresários querem disciplinar a doação de alimentos e roupas, para que moradores de rua recebam uma assistência justa em todos os pontos da cidade, não só no Centro, e que exista um programa para a recuperação social desses indivíduos. “O problema da alimentação irregular, feita por várias entidades, se agrava, pois, durante o dia, essas pessoas ficam abordando clientes e pessoas que passeiam pela região central, pedindo dinheiro (para uso de drogas) e deixando a área comercial do Centro de Palhoça em um ambiente desagradável para passear, consumir ou realizar suas compras”, descrevem os empresários, na carta, solicitando à Câmara a fiscalização da atuação da Prefeitura em relação a esse assunto.
Jean Negão concordou com a legitimidade do pleito dos empresários. O vereador considera o comércio como “o sangue que pulsa na veia e que vai até o coração do município” e alerta que medidas precisam ser tomadas para melhorar as condições de trabalho dos comerciantes. O vereador também concorda com a tese de que a presença dos moradores de rua causa perturbação na sociedade como um todo e afirma que é preciso “promover a dignidade”, auxiliando para que haja a reinserção dessas pessoas na sociedade. “O poder público precisa criar um programa permanente que possa garantir a segurança e a higiene no Cento de Palhoça e que possa, da mesma forma, garantir que a dignidade desse cidadão em situação de vulnerabilidade social seja resgatada”, propõe o vereador.
O vereador João Carlos Amândio (Bala, PSD) lembrou que foi formado um grupo de abordagem no município, que tem atuado junto aos moradores de rua e também junto a ferros-velhos - uma intervenção que teria ajudado a amenizar o problema da receptação de materiais roubados. “Defendo a criação de um albergue noturno dentro do nosso município, porque aí vamos poder diferenciar quem é o bom e quem é o ruim”, defende o vereador. Bala também elogiou o trabalho da Polícia Militar, com rondas noturnas que ajudaram a reduzir os índices de furtos a estabelecimentos comerciais no Centro de Palhoça.