O piloto Pablo Nunes, morador do Pagani, comemora uma temporada de bons resultados na SuperBike Brasil. Pablo termina 2018 como segundo colocado na EVO1000, uma das categorias mais fortes da principal competição de motovelocidade no país.
Pablo é natural de São Joaquim (SC), mas acabou fixando residência na Grande Florianópolis em 1991, quando iniciou a faculdade de Direito. Depois de formado, começou a trabalhar no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, onde atuou por cerca de sete anos. Mas a paixão pelas motos falou mais alto. “Comecei a correr de moto brincando, em 2010. Depois, comecei a deixar o Direito de lado e a me dedicar 100% à moto, foi quando as coisas começaram a acontecer”, relata Pablo, que já está nas pistas há seis anos.
O piloto participou de algumas etapas do Campeonato Paranaense de Motovelocidade entre 2011 e 2014, ano em que estreou no Brasileiro. Não conseguiu terminar a prova, em razão de problemas elétricos na moto, mas estava plantada a semente do objetivo de se tornar um piloto de nível nacional. No ano seguinte, participou da prestigiada prova 500 Milhas Brasil, uma das mais tradicionais corridas de motovelocidade do país, integrando a equipe JC Racing Kawasaki, de São Paulo, quarta colocada na categoria 600cc. Também em 2015, Pablo disputou sete etapas do Brasileiro na Moto1000GP e terminou em 11º lugar, entre 36 pilotos.
Já em 2016, obteve a grande conquista da carreira: venceu as 500 Milhas Brasil na categoria 1000cc Light, novamente ao lado de outros três pilotos da JC Racing Kawasaki. “É um jogo de equipe, não tem como tocar sozinho, são quase 197 voltas, é muita coisa, são oito horas em cima da moto”, detalha. O bom resultado rendeu um convite para integrar a equipe paulista Motonil Motors para disputar o SuperBike Brasil. Pablo disputou a competição na categoria Light e terminou em oitavo lugar, em um grid com mais de 40 pilotos.
Em 2017, subiu de categoria e passou a correr na Evo1000, uma das mais competitivas e disputadas do campeonato, e alcançou a quinta colocação. Nesta temporada, Pablo se manteve na categoria e terminou o circuito na segunda posição. O piloto correu de Yamaha na maior parte das etapas. Como fechou contrato com a Suzuki para 2019, resolveu testar a moto nas últimas provas e acabou caindo feio às vésperas da etapa de Londrina (PR), a sétima do Brasileiro, disputada em novembro. “Não quebrei nada porque eu bati com o queixo no chão, desmaiei e fui arrastando”, narra o piloto, que teve uma grave lesão na patela. Pablo passou por uma cirurgia de emergência no joelho, mas vai ter que fazer uma nova operação.
A queda complicou a situação na corrida pelo título, mas na base da superação, conseguiu o resultado que precisava na última prova do ano, em Interlagos (SP), para garantir a segunda posição. Em 2019, ele vai brigar para estar no lugar mais alto do pódio. A nova temporada começa com o Campeonato Paulista, a partir de janeiro; o Brasileiro começa em março e Palhoça deve novamente ter três pilotos na competição. Além de Pablo, este ano correram a SuperBike: Guilherme Neto, campeão paulista e bicampeão na categoria Master; e Peterson Luiz, vice-campeão na SuperStock. Guilherme e Peterson fazem parte da equipe catarinense Pro Racing Team. Com equipe forte e pilotos de destaque, Santa Catarina já deveria ter mais visibilidade na modalidade - e quem sabe, um autódromo. “No Brasil, é muito difícil viver de esporte a motor, e eu lutei muito para chegar à condição que eu cheguei hoje. Hoje eu não pago pra correr, a maioria dos pilotos tira do bolso”, reflete Pablo.