Duas mulheres foram presas e um homem foi encaminhado para uma clínica de reabilitação para dependência química após uma abordagem feita a moradores de rua na noite de terça-feira (16), em Palhoça.
Foi uma ação conjunta: Polícia Civil, Polícia Militar, Instituto Geral de Perícias (IGP), Secretaria da Saúde, Secretaria da Assistente Social, Secretaria de Serviços Públicos, integrantes dos Conselhos Comunitários de Segurança (Consegs) da Ponte de Imaruim e do Centro participaram da força-tarefa.
As abordagens a moradores de rua aconteceram em vários pontos da cidade e pelo menos 27 pessoas foram abordadas. Essas pessoas foram fotografadas e identificadas pela delegacia responsável pelo programa SOS Desaparecidos e pelo IGP. Entre os abordados, havia pessoas com até mais de uma formação em nível superior. Também foi feito um rápido teste de saúde nos indigentes para identificação de doenças sexualmente transmissíveis. Materiais utilizados pelos sem-teto, como papelão, cobertor e restos de comida, foram recolhidos.
Segundo a Prefeitura, essa ação conjunta foi arquitetada para atender a um pedido recorrente dos cidadãos palhocenses, preocupados com furtos, consumo e tráfico de drogas próximos às suas residências. A delegada regional da Polícia Civil Michele Alves Correa Rebelo conta que, após uma consulta de integrantes do Conseg, foi articulada a mobilização de forças para lidar com essa situação, que não atinge apenas Palhoça, mas toda a região da Grande Florianópolis. “É uma situação que está ocorrendo em todas as cidades, a gente vê na capital, em São José, em Palhoça. Alguns moradores de rua acabam abordando as pessoas, pedindo dinheiro, alguns até de forma ameaçadora, e as pessoas acabam ficando um pouco assustadas com essa abordagem”, observa.
Não se trata de uma ação de repressão, e sim, de uma ação social. A intenção é acolher essas pessoas e verificar a melhor forma de ajudá-las, para que elas efetivamente saiam das ruas. As formas de acolhimento variam: a providência de retorno à cidade de origem, o resgate do vínculo familiar ou o encaminhamento para comunidades terapêuticas que tratam da dependência química, já que muitos moradores de rua são usuários de drogas. Em situações em que houver mandado de prisão ativo, o indigente será encaminhado à Justiça - foi o que aconteceu com uma das mulheres presas na noite de terça-feira; a outra foi presa por desacato.
Esta foi a primeira de muitas operações. “Vai ser uma rotina a partir de agora”, informa a delegada Michele. A delegada pede a colaboração da população: “A gente sempre pede para a comunidade não dar esmola, porque vai estar fomentando. A partir do momento em que eles recebem esmola, eles não querem sair da rua”.