Texto: Isonyane Iris
A semana passada começou triste para três famílias no bairro Jardim Eldorado. Na madrugada de segunda-feira (19), por volta das 2h30, um ponto de fogo começou em uma das casas. Mesmo com a tentativa dos moradores em conter as chamas, o fogo se espalhou rápido e até a chegada do Corpo de Bombeiros, três famílias já tinham perdido tudo.
As famílias relatam que as casas eram feitas de madeirite, uma madeira compensada; era tudo muito forrado por dentro com cortinas e panos para proteger do frio no inverno, e dos mosquitos, no verão. As famílias sempre acendiam caixa de ovos dentro de formas, mas com o madeirite muito seco, acabou atraindo o fogo. “O fogo pegou por causa disso, foi tudo muito rápido. Acordei com meu filho gritando ‘socorro’. Quando chegamos, eu e meu esposo vimos o fogo bem alto separando meu filho da esposa e dos filhos. Não tínhamos como passar para pegar eles, foi quando lembramos de um outro lugar para passar e pegamos eles. Acordamos todo mundo, avisamos do fogo. Foi muito triste ver todo mundo perdendo suas casas”, relata uma das moradoras.
As famílias moravam no local há mais de quatro anos, em um terreno localizado na avenida Progresso, Jardim Eldorado, no portão dos fundos da Sinasc. “Moramos aqui porque não temos condições de morar em outro lugar. Não temos condições de pagar aluguel, de ir para outro terreno, só moramos aqui porque não temos para onde ir. Ficar dentro de casa depois das 15h é impossível por causa da quantidade de pernilongo, isso sem contar que aqui tem jacaré, lagarto, rato, barata... É triste, mas é o que temos”, lamenta uma das moradoras.
Os moradores contam que já procuraram a Prefeitura para tentar se cadastrar em algum programa social para moradia, mas não tiveram retorno. “Estivemos na Prefeitura para nos inscrever no Minha Casa, Minha Vida, mas o moço que estava lá estava lendo jornal e mal atendeu a gente, só nos disse que não tinha ninguém responsável por essa situação. Aqui as crianças sofrem com diarreia direto, problema de saúde, mas não temos o que fazer”, lamentam os moradores.
Móveis, roupas, comidas e materiais para reconstruir suas casas são algumas das necessidades das famílias, que ainda precisam de roupas para as crianças, com idades de um, três, cinco e sete anos. Sem mosquiteiro, as famílias pedem também doações para amenizar o problema dos mosquitos. Contato com as famílias e doações podem ser feitas através do telefone 98475-2008.
O que diz a Prefeitura
A Secretaria de Habitação esclarece que os moradores lesados com o incêndio podem solicitar o benefício do aluguel social na própria secretaria, e no momento não há previsão de abertura de inscrições para programas habitacionais com subsídio do governo federal, como o Minha Casa, Minha Vida.
Paralelamente, a Secretaria de Assistência Social informa que todas as famílias atingidas estão sendo acolhidas pelo Cras do Jardim Eldorado, com o benefício eventual da cesta básica, cadastro único e orientação.