O programa #PalavradoPalhocense, que foi ao ar nesta terça-feira (19), nas redes sociais do jornal Palhocense, abordou o tema do transporte coletivo, paralisado em toda Santa Catarina, por decreto governamental, desde o dia 19 de março. Ivo Ramos Cruz, gestor da Jotur, foi o entrevistado do programa. A empresa emprega cerca de 700 funcionários em Palhoça e terá dificuldade para honrar compromissos se a atividade não for retomada – ou se não receber ajuda financeira do Poder Público.
Ivo lembrou que a Jotur negocia com a Prefeitura a compra antecipada de vale-transporte estudantil - uma reunião estava marcada para esta quarta-feira (20); lembrando que a Câmara de Vereadores já deu permissão ao Executivo para realizar a antecipação da compra.
O gestor revelou que estava esperando pelo desfecho da negociação para pagar o vale-alimentação dos funcionários (R$ 825 por trabalhador) em maio, mas, diante da demora na aprovação da transação, acabou negociando um parcelamento com a fornecedora do vale-alimentação e garantiu a distribuição do benefício aos empregados. Quanto aos salários, a empresa, por enquanto, conta com o auxílio emergencial do governo federal. Se a atividade não for retomada, a empresa dificilmente terá condições de honrar os próximos pagamentos. “Daqui para a frente, a gente está sem condições, porque não tem faturamento há mais de 65 dias e a gente não sabe o que vai ocorrer. Se não houver uma ajuda ou se não existir o início dos trabalhos, a gente realmente vai estar em uma condição muito difícil para manter o pagamento dos funcionários”, lamentou.
Ivo Ramos Cruz revelou que a Jotur estava com a expectativa de voltar ao trabalho na última segunda-feira (18). Na semana passada, as empresas do setor estiveram reunidas com representantes do Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes), o comitê do governo do estado que vem avaliando as ações governamentais para o enfrentamento da pandemia da Covid-19, e apresentaram uma pauta de sugestões com os cuidados que seriam tomados para atender às exigências sanitárias de contenção do novo coronavírus, garantindo a segurança de usuários e colaboradores.
A sinalização foi positiva para uma retomada, com algumas condicionantes. Uma das condições desagradou os empresários do setor: a de que os ônibus operassem apenas com passageiros sentados e com apenas 50% dos bancos ocupados. “Nossa ideia, como empresário, é a de operar com 100% dos bancos, com máscara, com todo esse processo e cuidado com a higiene, mas infelizmente, até o presente momento, não houve nenhum avanço, estamos aguardando o governador tomar uma providância com relação a isso”, explicou.
Ivo garantiu que, quando o governo do estado liberar o retorno aos trabalhos, a empresa estará pronta para iniciar a operação, com segurança: “Estamos trabalhando no sentido de, quando for autorizada a volta do sistema, a gente estar preparado para atender o público com segurança, com condições de ajudar as autoridades a não aumentar esse volume da pandemia”.
Depois de aprovada pelo governo do estado, a retomada da atividade do transporte coletivo ainda dependerá da boa vontade dos prefeitos. A posição do chefe do Executivo em Florianópolis, Gean Loureiro, contrária à liberação, provavelmente influenciou para que os trabalhos não tivessem sido reiniciados na segunda-feira (18). Mesmo que o prefeito da Capital mantenha sua posição – e mesmo considerando que cerca de 70% dos usuários do transporte coletivo em Palhoça utilizem o sistema para o deslocamento até Florianópolis –, Ivo garante que a empresa vai negociar com o prefeito Camilo Martins para operar, pelo menos, o sistema urbano dentro de Palhoça. “Acho que podemos operar, sim, o sistema aqui na região sem criar um aumento da pandemia. Estamos preparados e estamos esperando pela decisão do estado”, finalizou Ivo.
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