Por: Willian Schütz*
Outubro é marcado pelas mobilizações de conscientização e combate ao câncer de mama. O Outubro Rosa une diversas instituições em prol da prevenção. Une diversas vozes em um só alerta. Une histórias, como a da palhocense Letícia Elisio: “Eu tive um diagnóstico de três anos de vida, mas já estou fazendo oito anos de tratamento”.
Aos 24 anos, ela descobriu câncer em uma das mamas. Em pouco tempo, iniciou todos os tratamentos: radioterapia e quimioterapia, além da retirada do seio onde havia nódulo, substituído por uma prótese.
Dois anos e meio depois, Letícia teve uma recidiva: o câncer voltou, por trás da prótese que havia sido implantada. Por isso, houve a retirada da prótese e do abscesso. Novamente, ela teve de fazer quimioterapia e radioterapia.
Mais uma vez recuperada, certo dia Letícia descobriu estar com metástase nos linfonodos. Por isso, hoje, aos 31 anos e cheia de vitalidade, ela segue em tratamento. “O apoio da família e dos amigos também faz muita diferença. Temos que trabalhar nossa mente para acreditar que tudo vai dar certo”, receita Letícia.
Letícia foi diagnosticada cedo, o que pode ter feito toda a diferença. “Estudos clínicos afirmam que um em cada três casos de câncer pode ser curado se for descoberto logo no início. Porém, por falta de informação, muitas mulheres acabam atrasando o diagnóstico. Por isso, o Outubro Rosa é tão importante, pois possibilita que esse importante assunto seja debatido. Se você tiver alguma dúvida quanto ao diagnóstico precoce ou às formas de tratamento, procure a unidade de saúde do seu bairro”, ressalta o prefeito Eduardo Freccia, destacando a atuação da Prefeitura de Palhoça neste mês de cuidado com o câncer de mama – a fachada do Centro Administrativo Municipal está iluminada com as cores da campanha.
O secretário de Saúde, Rosiney Horácio, recomenda que todas as mulheres procurem a unidade básica de saúde do seu bairro para, pelo menos uma vez ao ano, realizar o exame clínico das mamas, procedimento que deve ser complementado pela mamografia, conforme a idade.
Outra recomendação importante, conforme dados divulgados pelo Ministério da Saúde, é que a manutenção de hábitos saudáveis, como uma alimentação balanceada e a realização periódica de atividade física, podem reduzir a incidência de câncer de mama em até 13%.
A realização do autoexame também é recomendada. É uma das formas mais simples de detecção e a porta de entrada para o atendimento aos pacientes que percebem alguma alteração. Nesses casos, é importante que se busque o atendimento assim que os primeiros sintomas aparecerem. Quanto antes o tratamento iniciar, maiores as chances de cura.
Movimento Rosa
Uma das instituições envolvidas nas ações do Outubro Rosa é a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM). A Regional Santa Catarina da SBM (SBM/SC) lançou a segunda edição do Movimento Rosa, campanha com foco na solução de um dos principais gargalos no diagnóstico do câncer de mama na região da Grande Florianópolis: a realização de biópsias para pacientes sem convênio médico privado e que são encaminhadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para o Hospital Regional de São José.
Serão beneficiadas mulheres de 18 municípios, entre outubro deste ano e março de 2022. Serão realizadas biópsias de lesões palpáveis, guiadas por exame físico no próprio hospital. No caso das lesões não palpáveis, serão feitos, na Clínica Imagem, em Florianópolis, procedimentos guiados por exame de imagem, como mamografia ou ultrassom.
O exame anatomopatológico, análise de fragmentos de tecido ou órgão retirados por meio de biópsias, entre outros procedimentos, ficará a cargo do Laboratório IMP.
Tudo sem qualquer custo para as pacientes.
A campanha do Movimento Rosa ainda inclui palestras com especialistas em todo o estado, bem como orientações por meio das mídias sociais sobre a importância do reconhecimento dos sinais que podem denotar a presença do tumor da mama e dos exames de rastreio.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim
Números do câncer de mama
Até o dia 24 de setembro, 429 óbitos pela doença já tinham sido registrados no Sistema de Informação de Mortalidade (SIM), em Santa Catarina
No ano de 2020, foram 660 vítimas da doença no estado
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