“Já tô com saudade!” Mal terminou o Campeonato Palhocense, e o atacante Thomas já está sentindo falta da rotina de jogos. Também, pudera! Ele foi o artilheiro do campeonato e levou seu time, o Atlântico, à final. Não conseguiu levantar o caneco de campeão, mas foi eleito como o “Craque da galera”. Nada mais justo para um jogador que fez a diferença no ataque da equipe da Barra do Aririú.
Muitos torcedores avaliam que o atacante teria condição de figurar em elencos profissionais. Mas Thomas “está em casa” no amador. Gosta de ser protagonista. “Prefiro não jogar no time dos ‘boleirões’, senão sou um a mais. Sempre que jogo contra, me destaco mais. Prefiro jogar onde eu possa fazer a diferença”, destaca o atacante, que é natural de Alagoas, mas se criou em São José dos Pinhais, na Grande Curitiba, desde os oito anos de idade.
Foi nos gramados paranaenses que começou a chamar a atenção do mundo da bola. Passou pelas categorias de base do Coritiba e do Paraná Clube, onde se destacou. Na base, foi artilheiro de tudo, de campeonato escolar a Estadual. Fruto do talento natural e de muito treinamento nos campinhos da vida, onde ele e os amigos botavam uma camiseta no ângulo para treinar a precisão nos arremates. O treinamento funcionou, considerando a quantidade de gols que costuma empilhar em todos os campeonatos que disputa.
No Palhocense deste ano, fez um gol histórico, no primeiro jogo da final diante do Paissandu, no estádio do Atlântico. “Driblei todo mundo. Roubei a bola do Lucas, o Fidélis ficou no chão, depois o Lucas veio na recuperação e dei uma caneta nele dentro da área, driblei o Diego e toquei pro gol”, recorda o atacante, que chegou a Palhoça em 2013. Tinha acabado de voltar da Europa, onde teve uma experiência “não muito boa”. Chegou ao Velho Continente no início do ano, em pleno rigor do inverno. Só jogaria a partir de maio, mas nem chegou a entrar em campo. O frio intenso desanimou o jogador, que voltou para casa depois de dois meses.
Como na Grande Curitiba todos apostavam em seu sucesso nos gramados profissionais, ficou com “vergonha de voltar pra casa” e resolveu tomar o caminho do Sul, desembarcando em Palhoça, onde o pai morava. Conheceu Lui Vandré, grande liderança do Pura Arte, e acabou se apaixonando pelo clube - fez até tatuagem em homenagem ao time. Nada mais apropriado, afinal, seu futebol é arte pura. Como o futebol de duas grandes inspirações: o ex-atacante brasileiro Ronaldo e o ex-meia francês Zidane. Até hoje, ainda vê vídeos deles no YouTube e tenta fazer igual. “A gente tem que se inspirar em quem decide. Para mim, esses dois não têm comparação”, comenta o jogador, que trabalha como pintor e gesseiro.
Em Palhoça, Thomas defendeu Pura Arte, Cerâmica, Bela Vista e Atlântico, onde pretende atuar, novamente, em 2020. De preferência, novamente sob o comando do técnico Adailton Rodrigues. “O Adailton é fera. Ele monta o time para nós e nós jogamos para ele”, elogia. Elogios, também, para a diretoria e para os companheiros de time, ou melhor, para o grupo de amigos que o Atlântico reuniu. “O mais gostoso é jogar bola do lado dos caras que nos fazem bem. A gente jogava um pro outro e só desistia quando o juiz apitava”, afirma, relembrando que o Atlântico protagonizou empates heroicos e viradas históricas neste campeonato. Em 2020, ele quer mais: “Quero ser campeão com essa rapaziada”.