Mesmo em época de Copa do Mundo, nem todo mundo é seduzido pelo “velho esporte bretão”. O diretor de Comunicação da Associação de Surf e Preservação da Guarda do Embaú (ASPG) e presidente do Comitê Executivo da Reserva Mundial de Surf Guarda do Embaú, Marcos Aurélio Gungel (Kito), preferiu o calor do Sudeste Asiático à gélida Rússia. Ao invés da bola, a prancha de surfe. Kito integra um “time” de 11 surfistas que encarou, nos últimos dias, as famosas ondas das ilhas do arquipélago de Mentawai, na Indonésia.
Um grupo de 70 ilhas forma o arquipélago, no meio do Oceano Índico, a aproximadamente 150 quilômetros da costa Oeste da Indonésia. Um pico conhecido pelos amantes do surfe – muitos consideram como a “Disneyland” dos surfistas. E para aproveitar as ondas, os visitantes têm duas opções: ou se hospedam em resorts, em terra firme, ou se aventuram em uma hospedagem nada convencional, dentro de um barco. Foi a opção escolhida pelo “time” do palhocense, os “Dinossauros do Surf”.
Kito saiu da Guarda do Embaú no dia 23 de maio. A primeira parada foi em Kuala Lampur, na Malásia, onde “turistou” ao lado de mais dois amigos, durante quatro dias. “É uma cidade muito moderna. Visitei as Twin Towers, duas torres gigantes de 84 andares, entre outras atrações”, conta Kito. Na Malásia, encontrou mais seis “dinossauros” – o grupo contou com integrantes de várias cidades, como São José, Florianópolis, Fernando de Noronha, Itajaí e Araranguá – e de lá partiram para Pata’ Padang, onde embarcaram no barco Sibon Baru para 12 dias de viagem pelas ilhas de Mentawai. “Tem dois jeitos: ou você fica embarcado, ou vai para os surf camps. No surf camp, você fica limitado a poucos points de ondas. No barco, você vai onde tiver onda”, explica Kito. “O capitão Bau nos levou para ondas onde não havia muita gente. Surfamos ondas de um a dois metros, sem ninguém por perto”, destaca.
Uma das melhores ondas da viagem foi encontrada na ilha de Macaronis, devastada por um tsunami em 2010. “Em Maraconis, encontramos ondulação de dois metros e só nosso barco na frente. Em geral, a trip foi show”, comemora o diretor da ASPG.
Depois da aventura no barco com a turma dos Dinossauros, em terra firme, Kito ainda aproveitou a famosa direita de Nias e a ótima esquerda de Asu. Na manhã desta quarta-feira (20), iniciou a viagem de volta ao Brasil. O que, por si só, já é uma aventura: 40 minutos de barco até o atracadouro mais próximo; mais 70 quilômetros de estrada de chão até um pequeno aeroporto, onde pegaria um voo para a Ilha de Bali; de lá, voaria de volta para o Brasil. Um esforço que é recompensado pelas imagens de uma aventura inesquecível.