Por: Sofia Mayer*
A semana começou caótica nos supermercados de Palhoça. Logo após a confirmação dos primeiros casos de Covid-19 no estado, munícipes partiram para estocar comida, gerando aglomerações nos estabelecimentos e falta de produtos nas prateleiras. Um dos mercados mais tradicionais do centro da cidade precisou limitar a quantidade de produtos de higiene e limpeza a seis unidades por pessoa. Nesta sexta-feira (20), porém, com a adoção de medidas que restringem a quantidade de clientes simultâneos, a realidade dos mercados passou a ser mais tranquila. Já nas farmácias, com álcool gel em falta, o saldo foi de pessoas comprando remédios em grandes quantidades.
No fim desta semana, o cenário dos supermercados é menos caótico. Em um estabelecimento no Pagani, o limite de 100 clientes tem garantido que as distâncias mínimas de segurança sejam respeitadas e assegurado o estoque de produtos nas prateleiras. Segundo funcionários, as encomendas estão chegando no prazo regular, e o setor de carnes, um dos primeiros a faltar em épocas de crise, está cheio.
Com 40 casos confirmados do Covid-19 até esta sexta-feira (20), segundo anúncio do governador Carlos Moisés, a preocupação com a limpeza do mercado se intensificou. Ainda nessa unidade, cestinhas e carrinhos estão sendo, constantemente, higienizados. Em outros dois supermercados, no Pagani e na Ponte do Imaruim, o cuidado também é intensivo, com álcool gel disponível para clientes e funcionários, e avisos para manter a distância social mínima de um metro. No estabelecimento do Pagani, entram apenas de 30 a 40 pessoas de uma vez; na Ponte do Imaruim, 20 clientes são o máximo.
Em geral, as mercadorias estão chegando em tempo normal, em alguns casos, com pequeno atraso. Na manhã deste sábado (21), o presidente Jair Bolsonaro assiniu um decreto e uma medida provisória para garantir serviços públicos, atividades essenciais e o abastecimento de insumos básicos necessários à população.
Funcionários que contemplam o grupo de risco do vírus foram dispensados para quarentena.
Farmácias
A divulgação dos estudos de que a hidroxicloroquina e a cloroquina, substâncias utilizadas contra a malária e o lúpus, podem ter potencial para o tratamento do novo coronavírus, gerou uma onda de conspirações. Nas farmácias de Palhoça, pessoas fizeram estoques dos medicamentos, que chegaram a esgotar em vários estabelecimentos.
A resposta rápida dos consumidores fez a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reagir. A agência decidiu, nesta sexta-feira (20), que será necessária a apresentação de receita médica para a compra do remédio. Distribuidoras afirmam que os próximos estoques vão direto para os hospitais.
Medicamentos que contêm hidroxicloroquina e cloroquina são registrados para o tratamento da artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária. Em nota, a Anvisa não aconselha o uso dos medicamentos para o tratamento do Covid-19: “Apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da Covid-19.” Ressalta, ainda, que “a automedicação pode representar um grave risco à sua saúde”.
Álcool gel e máscaras faciais descartáveis seguem chegando com volumes limitados nas drogarias. Muitas estão sem estimativa de quando os produtos devem voltar às prateleiras.
* Sob a supervisão de Luciano Smanioto