O “Projeto Fruto do Conhecimento: a praça, o público, o livro”, da Faculdade Municipal de Palhoça, foi mais uma vez um sucesso e levou bom público à Praça Sete de Setembro, no último sábado (5).
O evento proporciona a leitura livre e gratuita de livros na praça central da cidade, e conta com atrações como: contação de histórias, acadêmicos caracterizados de personagens literários interagindo com o público e apresentações culturais. “O projeto tem como proposta estimular a leitura e a doação de livros de literatura infantil, juvenil e adulta, além de outros gêneros, arrecadados pela comunidade acadêmica”, explica a professora da FMP Ivanir Maciel.
Na primeira edição do “Fruto do Conhecimento”, em 2015, foram doados à comunidade aproximadamente 1,3 mil livros; nesta 4ª edição, foram arrecadadas 5 mil obras, evidenciando o crescimento do evento. “O projeto passou a oportunizar aos alunos e professores da Faculdade Municipal de Palhoça um espaço diferenciado para o exercício prático de ações sociais transformadoras, que evidenciam a relação teórica entre o contexto social e o acadêmico, proporcionando aos munícipes de Palhoça a aquisição ou a ampliação de seus repertórios de leitura”, destaca a professora.
Neste ano, o projeto envolveu 187 acadêmicos dos cursos de Administração e Pedagogia. Para estes estudantes, a interação com o público da infância à maturidade trouxe aprendizados significativos. Muitos revelaram que já gostariam de participar do planejamento para a 5ª edição, que ocorrerá somente em 2019. “Olha, eu estava bem cansado, porque trabalhei muito na sexta o dia todo, mas me senti muito bem. Ouvi histórias de vida que me tocaram. Houve um moço cego que eu ajudei a buscar livros espíritas. Sem contar as crianças e pais que atendi que achavam que era pra comprar”, comenta um aluno de Pedagogia. “Não tinha ideia da importância deste evento na vida da comunidade e nem de quem participa dele. Me deu um influxo de energia boa. Incrível”, finaliza o acadêmico.
O trocadilho de palavras “a praça, o público, o livro” demarca um espaço não formal de formação de leitores. A possibilidade de ler obras gratuitamente, em uma conjuntura econômica desfavorável, como a nossa, onde um bem cultural como o livro é um dos primeiros itens excluídos da lista de gêneros de prioridades humanas, é uma oportunidade e tanto! E a praça é um lugar de acesso livre e democrático aos moradores da cidade. Por ela transita um público que interage com diferentes classes sociais. “Entende-se que constituir-se leitor implica experienciar a sua própria vida ao ler um texto literário, porque durante a leitura vai se estabelecendo relações com a leitura de mundo da qual se apropriou em diferentes contextos sociais. Este trabalho compartilha o entendimento de que a leitura da palavra implica uma representação de situações concretas vividas em um contexto de práticas culturais”, observa Ivanir.