Por: Sofia Mayer*
A angústia dos moradores que vivem às margens do Rio da Madre, na Guarda do Embaú, pode estar perto de acabar. Com ressacas sucessivas atingindo a praia desde o dia 23 de abril, populares têm relatado problemas na estrutura das casas, como rachaduras e muros cedendo, além do rompimento de canos de abastecimento de água. Para viabilizar os reparos na orla e aliviar os contratempos enfrentados pela comunidade, foi aprovada, nesta terça-feira (2), a solicitação para que a Prefeitura execute as obras emergenciais de drenagem, bem como comece os procedimentos de recuperação das dunas do balneário.
A autorização foi obtida pelo deputado federal Hélio Costa (Republicanos), junto ao Ministério da Economia, depois que o parlamentar entrou em contato com a Superintendência do Patrimônio da União em Santa Catarina (SPU/SC). Com o documento expedido, cabe agora à Prefeitura realizar o trabalho de reposição de material dragado às margens da praia.
Uma das moradoras alerta que os reparos precisam ser feitos com urgência, visto que novas ressacas estão previstas para os próximos dias: “Minha rampa foi destruída. Não sei o que será de nós”. Uma imagem, enviada por leitores do Palhocense, mostra que, na casa ao lado, as rupturas também estão acontecendo. “Minha frente está destruída e já me assusta a possibilidade de queda do meu muro e suas demais consequências”, desabafa o proprietário, que vive sozinho. Um dos receios do popular é o de que, caso a assistência municipal demore muito, a comunidade vivencie uma tragédia.
O homem mora há apenas quatro anos às margens do Rio da Madre, mas demonstra um carinho pelo local de quem é nativo. Embora resida sozinho, ele afirma que recebe os filhos, de Curitiba (PR), com frequência, e comenta que, há algum tempo, pede providências urgentes à Prefeitura. “A Guarda do Embaú, pela sua natureza, merece esta atenção”, destaca.
Autorização para obras
De acordo com a portaria 13.401, publicada em 2 de junho de 2020, é necessário reparar os danos causados pelos eventos climáticos, a fim de prevenir perdas humanas e materiais e promover a recuperação de margem do corpo hídrico para fixação de postes de distribuição de energia e acesso às casas. A publicação também prevê a recomposição da área de duna afetada.
Embora o assoreamento seja um fenômeno natural, ele prejudica o cotidiano dos populares, podendo afetar a atividade pesqueira e potencializar casos de alagamento, visto que a água fica represada. “O morador da Guarda, o pescador e até o visitante tiveram prejuízos com este fechamento da foz do rio. Sem falar na questão ambiental, que precisa ser preservada, principalmente pelo fato do Rio da Madre ter a necessidade de desaguar no oceano. Vencemos essa luta”, comemora o deputado Hélio Costa.
Em 2018, com a ajuda de uma máquina cedida pela Prefeitura de Paulo Lopes, o canal já havia sido desobstruído. À época, o bloqueio da passagem também se deu em função do assoreamento do rio.
Posição da Prefeitura
Questionada sobre o início das obras, a Prefeitura confirmou a autorização concedida pela SPU, e informou que o Instituto do Meio Ambiente (IMA) já solicitou projetos, que devem ser finalizados ainda nesta semana. Após serem entregues, as propostas passarão pela análise e permissão do órgão.
* Sob a supervisão de Luciano Smanioto
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02/12/2024
02/12/2024