A pedido
Em 2018, a Prefeitura de Palhoça anunciou, com grande alarde, o lançamento do projeto “Acelera Palhoça”. Na época, prometeu recursos no valor de 50 milhões de reais. O milionário pacote contemplava melhorias no saneamento, infraestrutura, mobilidade urbana e, principalmente, a tão aguardada revitalização da comunidade Frei Damião, uma das mais carentes do Brasil.
Passados 6 anos, tudo parece estar como era antes. Obras nada estruturantes podem ser vistas, “mas não aquelas que fazem a diferença na vida de cada palhocense”, acrescentou o deputado Sérgio Guimarães. Durante o lançamento do programa, na época, o ex-prefeito Camilo Martins garantiu que a maioria dos projetos já estavam aprovados, algumas obras licitadas e os recursos garantidos. Mais uma vez Palhoça foi levada a acreditar que aqueles que mais precisam da atenção do poder público seriam vistos pela administração local.
Para Guimarães, obras vão muito além de pavimentar ruas, quando a necessidade do povo está naquilo que lhe é de direito, o saneamento básico. “A falta de acesso ao saneamento básico resulta em doenças, gerando gastos na saúde, educação, atrasa o desenvolvimento econômico, prejudica o meio ambiente, etc. Esses são apenas uns exemplos. E há décadas Palhoça não avança no tema, só em promessas”, diz o deputado.
Guimarães não poupou palavras ao descrever a situação como “um exemplo gritante de promessas vazias”. O parlamentar, que tem um trabalho no Legislativo catarinense reconhecido por ser fiscalizador, há anos acompanha de perto as condições das comunidades com maior vulnerabilidade social, destacando a falta de políticas públicas efetivas e a ausência de avanços concretos nas áreas que mais precisam de intervenção para atender a população de extrema pobreza que vive em localidades como Brejaru e Frei Damião. “Estamos falando de uma das comunidades mais pobres do país, onde as condições de vida são indignas. O 'Acelera Palhoça' prometeu transformar essa realidade, mas o que vemos é o total abandono. Onde estão milhões de reais prometidos para a revitalização? Onde estão as obras de saneamento, a infraestrutura necessária, as melhorias na mobilidade?”, questionou o deputado.
Moradores da Frei Damião, que haviam depositado esperança no projeto, hoje sentem-se desiludidos. Guimarães também cobrou mais transparência por parte da administração municipal: “O povo de Palhoça merece respostas. É inaceitável que, depois de tantos anos, a situação continue a mesma ou até pior. Precisamos de soluções, não de promessas”.
O deputado afirmou que continuará pressionando as autoridades competentes até que a população de Frei Damião veja as mudanças que foram prometidas. “Aceleraram o quê? Porque, pelo que vejo, só aceleraram o abandono”, diz o deputado.
E finalizou: “Até quando a população de Palhoça ficará refém de promessas? Teremos a chance de nos libertar este ano. Afinal, a cidade pede mudanças”.