Por: Dirce Heiderscheidt*
Recentemente, em uma visita a um município, fui surpreendida com a notícia do falecimento de uma jovem de 14 anos. A menina se suicidou. Em respeito aos familiares, não vou compartilhar as informações sobre a jovem, mas o fato causou comoção em toda a pequena cidade. Esse, infelizmente, não é um caso isolado. O suicídio é uma realidade cada vez mais presente na nossa sociedade e precisamos falar sobre isso. O silêncio não é uma saída.
Dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2021, divulgados pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, revelam que foram registrados 12.895 suicídios no Brasil em 2020. Uma média de 35 casos por dia. Em Santa Catarina, ocorreram 769 mortes por suicídio. Os casos atingem todas as idades, gêneros e classes sociais.
A campanha mundial do Setembro Amarelo, de combate e prevenção ao suicídio, é um alerta para a necessidade urgente de se discutir a saúde mental das pessoas. Vivemos cada vez mais sob pressão, e os transtornos como a depressão e a ansiedade se tornam mais comuns. Em tempos de pandemia, o aumento da incerteza e o medo do futuro podem se tornar gatilhos. O consumo de drogas é outro fator que pode contribuir para a decisão de acabar com a própria vida.
Precisamos estar atentos aos sinais daqueles que estão próximos a nós. Precisamos estar dispostos a ouvir, sem julgamentos e preconceitos. Convido todos a naturalizar o pedido de ajuda. Não tem nada de errado em falar que não está bem. Se você não se sente confortável em falar com um conhecido, o Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail ou chat, 24 horas, todos os dias.
Não sofra calado, peça ajuda. A sua vida importa!
* Deputada estadual
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