Santa Catarina está localizada numa das regiões mais favoráveis para a formação de tempestades severas e eventos meteorológicos intensos da América do Sul, como tornados e microexplosões. Com base nessa realidade o Governo do Estado investiu pesado nos últimos anos estruturando a Defesa Civil do Estado (DCSC) para prestar apoio aos municípios e, acima de tudo, no desenvolvimento de um sistema de monitoramento eficiente.
Todo território catarinense é coberto por uma rede de radares meteorológicos, por imagens de satélite em tempo real e centenas de estações meteorológicas. O monitoramento é feito 24 horas por dia, sete dias por semana, por uma equipe especializada que fornece informações antecipadas e confiáveis para a população.
As informações são repassadas para os catarinenses através do site da Defesa Civil, redes sociais, emissoras de TV por assinatura, mensagens SMS, e grupos de WhatsApp para imprensa e agentes de proteção e defesa civil.
No evento registrado na última semana, no Meio-Oeste, a população foi alertada por todos os meios das condições perigosas do tempo com antecedência de 48 horas para que medidas fossem tomadas.
“É importante salientar que tornados, como o registrado no município de Campos Novos, são extremamente difíceis de serem previstos em função da rápida formação”, comentou o coordenador de monitoramento e alerta da DCSC, Frederico Ruthorff. De acordo com ele, devido a esta característica os avisos e alertas são focados nas tempestades severas que podem gerar, além deste fenômeno, microexplosões, granizo, enxurradas, alagamentos ou ventos extremos.
Esta situação foi registrada na última sexta-feira, 28, quando foi emitido o maior nível de alerta, o vermelho (Alerta Máximo) para tempestade severa para diversos municípios do Meio-Oeste. No caso do tornado que ocorreu em Campos Novos, a DCSC emitiu alertas até 30 minutos antes do evento destacando o risco muito alto.
Como interpretar os alertas
A Coordenadoria de Monitoramento e Alerta da Defesa Civil de Santa Catarina desenvolveu um software para agilizar a criação e envio de avisos e alertas. O formato possibilita, de forma didática, a compreensão da possível área afetada e os riscos associados, além do período de validade do aviso.
Os níveis de risco são destacados por cores. Para o risco baixo de ocorrências meteorológicas é utilizado o verde, para o moderado o amarelo, para o risco alto o laranja e para o risco muito alto o vermelho.
Protagonismo da População
O grande desafio é ampliar o sentido de autoproteção da população. A Defesa Civil de Santa Catarina (DCSC) trabalha para a mudança de cultura, ou seja, busca que as pessoas se tornem protagonistas, saindo de uma situação passiva se tornando cidadãos preparados para interpretar os alertas e com condições de tomar medidas de preparação e mitigação.
“É necessário que a população faça o cadastro para receber avisos e alertas via SMS ou se mantenha atualizada com as informações postadas diariamente nos canais disponibilizados pela DCSC” ressaltou o chefe da DCSC, David Busarello. Segundo ele, para preparar os catarinenses, o órgão, em parceria com a Secretaria de Estado da Educação (SED) e o Instituto Federal Catarinense (IFC), desenvolve o programa Defesa Civil na Escola, que visa mudar a cultura de autoproteção a partir das crianças. Também é oferecido para a população os mais diferentes cursos EAD como de Proteção e Defesa Civil.
São ações que podem fazer a diferença. No caso de chuvas intensas é possível recolher o lixo da rua para que os entulhos não obstruam o sistema de drenagem pluvial provocando alagamentos. Em situações de vento intenso o recomendado é que objetos que possam ser arremessados pela força do vento, como madeira e cadeiras, sejam presos ou guardados. “Com base nos alertas é possível que a população tome medidas para proteger a vida e o patrimônio”, finalizou Busarello.
A Defesa Civil disponibiliza no site, no endereço www.defesacivil.sc.gov.br, informações de como a população deve agir em caso de desastres, o monitoramento climático e o Plano Familiar de emergência.
Alertas SMS
Santa Catarina é o segundo estado brasileiro com o maior proporção de pessoas cadastradas no sistema de avisos e alertas meteorológicos via SMS, alcançando 7,67% da população, atrás apenas do Rio de Janeiro onde 7,73% das pessoas estão cadastradas. Apenas este ano foram emitidos 349.429 SMS, destes 666 em nível de alerta.
O atual formato do Sistema Nacional de Alertas não permite que as mensagens SMS sejam enviadas sem autorização de envio, ou seja, é necessário que os telefones sejam cadastrados pelos usuários. Este quadro já está sendo avaliado pela Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil que prepara um projeto para o envio com base na geolocalização.
A DCSC reforça a importância de que as pessoas realizem o cadastro. Para isso basta enviar uma mensagem de texto SMS para o número 40199 contendo no corpo do texto apenas o Código de Endereçamento Postal (CEP) que deseja ser monitorado.
Papel fundamental da imprensa
A imprensa e os formadores de opinião também têm papel fundamental para incentivar esta mudança de comportamento, além de contribuir na disseminação dos avisos e alertas para a população. Um termo de cooperação está em análise na Associação das Emissoras de Rádio e Televisão de Santa Catarina (Acaert) para ampliar a parceria com os veículos de comunicação.
Diariamente a DCSC também disponibiliza para a imprensa de todo o Estado vídeos e áudios da previsão do tempo contendo os riscos para eventos meteorológicos intensos.
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