Por: Vinicius Lummertz*
Santa Catarina pode saltar à frente, se compreender que estamos vivendo a Era do Turismo. Turismo planejado, de alta qualidade, que traz refinamento estético, melhora a vida urbana, atrai a criatividade, arte, cultura e design. É o inverso do turismo “extrativista”, que explora o turista sazonalmente e não leva em consideração o fato de que um lugar turístico só tem qualidade para o visitante se o tiver também para o morador local - ninguém quer ir para um lugar onde falta água, energia, segurança, aeroportos, estradas, hotéis, opções de lazer, compras e boa gastronomia, mesmo que suas praias e serras sejam paradisíacas.
Mas para que isso aconteça, é preciso transformar o turismo numa política de Estado, colocando o setor no centro da agenda política e econômica e, principalmente, dos debates e programas de governo nestas eleições 2018. Se isso não acontecer, corremos o risco de ver o mesmo filme exibido pelo Pacto por SC, que teve ao menos R$ 10 bilhões para obras estruturantes e de infraestrutura que poderiam ter feito do turismo uma alavanca para o desenvolvimento integrado, mas que sequer ouviu o trade turístico na hora de fazer os projetos. Uma obra que não poderia ter ficado de fora é a Interpraias, um complexo e um corredor turístico no Sul do estado, cujo projeto estruturei ainda no governo Luiz Henrique.
Projetos, aliás, não faltam. Temos pronto na Fiesc o Plano de Desenvolvimento da Indústria Catarinense (PDIC 2022), que traçou as rotas estratégicas e construiu o masterplan de 16 setores portadores de futuro - entre eles, a Economia do Mar e o Turismo, este com imprescindível participação da Fecomércio-SC e do Sebrae. A este trabalho podemos juntar o estudo “O Futuro do Turismo de SC”, que teve a coordenação do sociólogo italiano Domenico De Masi e foi lançado pelo ex-governador Luiz Henrique em 2007.
É claro que, desde a Embratur, estamos fazendo um trabalho de investimento e planejamento em obras e ações de marketing que consideramos prioritárias para SC. Atualmente, o Ministério do Turismo tem uma carteira de investimento de R$ 425 milhões em 944 obras no estado. Dessas, 689 foram concluídas. Nos próximos meses, vamos liberar R$ 30 milhões. A conclusão do Centro de Eventos de Balneário Camboriú é prioridade e vamos utilizar recursos do Prodetur + Turismo, que tem R$ 5 bilhões para o país, para o “engordamento” da Praia Central da mesma cidade.
Como estas perspectivas de longo e curto prazo, é preciso dizer que um dos grandes problemas do setor turístico catarinense - a insegurança jurídica - será vencido no momento em que tivermos a consciência de que esta é a principal causa que afugenta bilhões de reais em investimentos. É com essa consciência que Santa Catarina sairá à frente na Era do Turismo.
* Ministro do Turismo