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Protagonismo discente em ação no Ivo Silveira

Evento Culminância reuniu estudantes para apresentação de trabalhos realizados no semestre

9a6182c0b34b8c438b7e9a0a8ef093b4.JPG Foto: LUCIANO SMANIOTO

A escola estadual Governador Ivo Silveira realizou, na semana passada, o evento de culminância de projetos realizados pelos estudantes da modalidade Ensino Médio Integral em Tempo Integral (Emiti), oferecido através de uma parceria do governo do estado com o Instituto Ayrton Senna, o Instituto Natura e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.

Nesta metodologia diferenciada, os alunos cursam componentes curriculares diversificados, denominados de Núcleo Articulador, que é composto de Projeto de Vida, Projeto de Pesquisa, Projeto de Intervenção e Estudos Orientados. Cada fase tem um contexto específico para trabalhar - para o 3º Ano, por exemplo, o foco é no mercado de trabalho. Há dois eventos de culminância por ano, um em cada semestre. O primeiro semestre é dedicado à assimilação dos conceitos, onde os alunos aprendem como se faz um projeto científico.

Na quinta-feira (12), quando visitou o evento, a reportagem do Palhocense pôde acompanhar algumas das atividades de intervenção propostas por alunos do 1º Ano. Os estudantes mostravam a colegas e visitantes os detalhes da intervenção que realizaram ao longo do ano. Parece um grande salão de iniciação científica, onde os alunos podem se expressar “do jeito deles”.

 

Debate

A primeira parada foi para acompanhar um debate sobre o tema “Justiça com as próprias mãos”. A intervenção pode ser física ou intelectual, mas precisa ter uma base científica. Também teve debates sobre assuntos como veganismo, racismo e sexualidade. “Os alunos estão propondo um debate com os visitantes. Eles abrem uma temática, tem uma pergunta motivadora, e eles conduzem esse debate. Tudo isso é dentro dessa nossa metodologia de o aluno fazer as proposições, é uma coisa que foge da normalidade”, reflete o supervisor escolar Horácio Mello.

 

Clube da Leitura

Alunos do Clube de Leitura propuseram uma intervenção na biblioteca da escola. Eles usaram como modelo a biblioteca da UFSC, estudaram, leram livros e colheram informações sobre como uma biblioteca deveria ser estruturada, com atenção a detalhes como a posição das prateleiras, a iluminação e a climatização.

Os alunos trabalharam também a integração da biblioteca com a comunidade escolar e mostraram os benefícios que a leitura traz aos estudantes. Foi realizada, também, uma pesquisa com os alunos do Emiti, em que perguntaram: “Você participaria de uma roda de leitura?”, “Quantos livros você lê por ano?”, “Sua família tem o hábito da leitura?”, “Você gosta de ler?” e “Quais são seus gêneros literários favoritos?”. Romance, terror e ficção lideraram as respostas, com relação ao gênero. Os pesquisadores descobriram, também, que os estudantes do 1º ano leem mais, e os do 3º Ano, leem menos.

Este grupo também promoveu quatro rodas de leitura, em que reuniram alunos e até professores, onde cada um levava sua obra literária e transmitia seu conhecimento daquela obra à roda. “A gente quis mostrar que não é só leitura, a gente fez uma brincadeira com eles para melhorar a criatividade, e a gente percebeu que a criatividade estava bem aflorada”, revela a estudante Maria Eduarda Albuquerque Marques, mentora do projeto.

Eles também receberam doações de mapas e livros de instituições como Unisul, UFSC e FMP e querem colocar mais livros novos na biblioteca no ano que vem; também querem agilizar a contratação de um bibliotecário em tempo integral. “A leitura desenvolve muito o cérebro, deixa a pessoa mais tranquila”, avalia o professor Eduardo Assunção Rocha. “Mesmo com todo esse mundo virtual e distópico que está se criando aí, o interessante é que grande parte dos jovens está lendo muito, isso é muito legal”, assegura o professor.

 

Apresentação em Libras

Em outra sala, um grupo de alunos organizou um telefone sem fio em Libras, a língua brasileira de sinais. Depois, apresentaram algumas palavras na língua dos sinais. Eles pesquisaram, viram vídeos na internet e procuraram algumas dicas com quem é fluente em Libras para apresentar o projeto. E agora, querem que a escola tenha aula de Libras regularmente o ano todo.

 

Sala de Ciências Humanas

Um dos destaques da programação foi a inauguração da Sala de Ciências Humanas, que teve uma aula de História, com foco na Segunda Guerra Mundial, como aula inaugural. O espaço será utilizado pelas disciplinas de Filosofia, Sociologia, Geografia e História. É uma sala temática, com arte alusiva ao racismo e à desigualdade; mesas distribuídas de forma a dinamizar o espaço, para promover o debate, a integração e dinâmicas diferentes em sala. Os próprios alunos pintaram, decoraram e revitalizaram o lugar. “A sala estava um terror, abandonada, só era usada de noite. Eles revitalizaram totalmente”, comenta o professor Chrystian Wilson Pereira, que ministrou a aula inaugural. “O pessoal gostou, deixei o pessoal de venda, apelei um pouquinho para a emoção”, diz o professor. Algumas pessoas se emocionaram enquanto ouviam relatos da mais terrível das guerras mundiais.

 

Muros pintados

Uma das intervenções causou polêmica. Alunos resolveram pintar e instalar vasos de plantas no muro da escola. Uma senhora, que viu a cena, acionou o Ministério Público (MP), porque entendeu que os estudantes estavam fazendo “serviços de manutenção e pintura” da instituição em horário de aula. A escola foi notificada e encaminhou uma resposta ao MP na quinta-feira (12).

No documento, a escola esclarece que se trata de uma ação pedagógica, que não só foi protagonizada, como foi sugerida pelos próprios alunos, dentro do projeto de intervenção. A ideia é estimular o protagonismo discente. “A escolha do projeto partiu do time de estudantes, foi organizado, projetado e executado por eles, com outro intuito pedagógico: o bem comum. Melhorar a aparência para dar àqueles que aqui convivem, bem como para a população palhocense que aqui circula, um ambiente mais adequado e mais harmonioso, com um jardim suspenso, podendo apreciar flores e folhagens, como um momento de fuga da opressão que o cimento e o asfalto nos trazem”, versa o documento.

Outro grupo de alunos promoveu uma pintura em outro muro, na lateral da escola. Eles passaram por várias etapas de aprendizado, mesclando disciplinas como História (refletida no contexto da obra criada), Matemática (precisaram calcular a área que seria pintada e os custos para a realização da empreitada) e Artes. A pintura tem três momentos: uma onda, simbolizando o movimento da água; uma praia, onde a onde deságua, castigada pelo lixo; e um extrato de uma obra do mestre Cândido Portinari, simbolizando a destruição. “Também teve a questão do choque de realidade que a gente teve, a gente achou que ia poder pintar o muro inteiro, que iríamos chamar artistas da região, mas deu tudo errado, o pessoal ficou desanimado, mas decidimos terminar o que a gente fez”, relata o aluno Jair Guilherme. “O projeto escrito é de nível universitário, é maravilhoso o trabalho deles”, observa a professora de Matemática Daiani Brum, que mediou as discussões durante a realização do projeto. “Aquela senhora achou que aquilo ali, o fato dos meninos estarem ali no final de semana, que a gente estava pintando um muro, mas não é isso, é uma atividade pedagógica que vai muito além da pintura. A pintura é o produto final de um processo que durou o semestre inteiro”, destaca Horácio.



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Créditos: LUCIANO SMANIOTO LUCIANO SMANIOTO LUCIANO SMANIOTO
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