A Federação Catarinense de Basketball (FCB), em parceria com a Trimania, realizou a entrega de equipamentos e materiais de jogo para os 15 Núcleos Estudantis Trimania/FCB. O evento foi realizado na manhã de terça-feira (10), no Ginásio Nazareno Cândido, na Ponte do Imaruim, com a presença dos coordenadores de cada núcleo, dirigentes e autoridades, marcando o início das atividades no ano. Palhoça já conta com dois núcleos (um na Ponte do Imaruim e outro no Alto Aririú) e quatro equipes, que estão disputando o Campeonato Catarinense nas categorias de base.
No estado todo, o projeto vai atender 900 crianças em 2018, cerca de 55% a mais do que em 2017, quando contou com 10 núcleos. Oito núcleos foram mantidos e foram criados sete núcleos novos, que receberam tabelas, cones, roupas de passeio e de jogo, e banners para a realização de eventos. Além disso, todos os centros atendidos receberam 24 coletes e 10 bolas Penalty oficiais. “Os núcleos são as meninas dos olhos da Federação, é um trabalho que a gente realiza há mais de três anos junto com a Trimania e que cuida dessas crianças. Há quem diga que é inclusão social, mas eu prefiro dizer que é inclusão de vida, pois são núcleos estudantis, eles têm que estudar para jogar e dessa forma estamos promovendo oportunidades para todos”, destacou o presidente da FCB, Oscar Archer.
O gerente comercial da Trimania, Leonardo Schlickmann, esteve no evento e destacou a importância da parceira com a FCB no desenvolvimento do esporte como ferramenta social. “Para nós é um prazer continuar realizando essas ações sociais, ajudando todas essas famílias e mudando a vida de cada criança em horários que eles estariam desocupados, mas estão praticando o esporte. É um trabalho lindo de se ver e vamos em frente”, comentou Schlickmann.
Além de Palhoça, há núcleos estudantis em Florianópolis, Lages, Criciúma, Tubarão, São José e Antônio Carlos. Ao fim da temporada, que vai de abril a outubro, todos os centros participarão de um festival regional, para troca de experiências e integração entre os participantes.
Campeonato Catarinense
As equipes de Palhoça já entraram em quadra no último final de semana para os primeiros jogos pelo Campeonato Catarinense. O município conta hoje com quatro times: sub-13, sub-15 e sub-19, no masculino; e sub-15, no feminino, que estreia no sábado (14), contra o Adiee/Avaí, fora de casa.
O sub-15 masculino teve muita dificuldade nos dois primeiros jogos, disputados no ginásio da Ponte do Imaruim: perdeu por 12x93 para a AGFEB, no sábado (7), e por 10 x66 para a Udesc, no domingo (8).
O sub-13 também foi derrotado nos dois jogos, mas foram duelos mais equilibrados. Contra a AGFEB, o jogo terminou 21x26; e diante da Udesc, o placar foi 22x47. “O sub-13 me surpreendeu. O primeiro jogo eu quase ganhei, faltou detalhe. Aposto muito nesta equipe”, projeta o técnico das equipes, Duilio Neves.
Para o treinador, o resultado, neste momento, é o que menos importa; o importante é colocar os atletas “na fogueira”, para sentirem o que é participar de um campeonato estadual e ganharem experiência.
Duilio jogou basquete durante 12 anos no interior paulista, e há três anos trocou o estresse e a agitação de São Paulo pela qualidade de vida na Grande Florianópolis. Ele se estabeleceu no Nova Palhoça e iniciou o projeto com as escolinhas no município no ano passado. Foi lá que ele garimpou os atletas que hoje fazem parte das equipes de competição. “Tudo começou com o núcleo, a escolinha, ensinando a molecada. E este ano a gente já tem condição de estar em campeonato, e é isso que a Federação quer, que a partir dos núcleos, você consiga fazer atletas de rendimento”, explica.
Um desses atletas garimpados na escola é o pivô Genaro de Oliveira, de 14 anos, morador do Brejaru. Ele estava jogando futebol no Caic, quando recebeu o convite do treinador para “mudar de esporte”. “Eu gostava de futebol, comecei a jogar basquete no ano passado, no finalzinho do ano. Eu estava jogando futebol na escola e o Duilio me viu jogando e me chamou e me convidou para jogar basquete”, relembra. “Pensei: eu gosto de futebol, odeio basquete. Mas o pessoal já falava pra mim: tu devia jogar basquete, porque tu tem tamanho e vai dar certo”, recorda.
Genaro decidiu tentar, e trocou o gol pelas cestas. Disputou os primeiros campeonatos com as escolinhas e diz que aprendeu muita coisa. Tanto que se apaixonou pelo basquete. “Eles fizeram eu me esquecer do futebol, e hoje eu curto pra caramba o basquete”, declara o pivô. “Eu olho NBB (a liga nacional), NBA (a liga norte-americana) toda hora e a única coisa que não sai da minha cabeça é virar um jogador de basquete”, projeta o garoto, que tem o pivô Anderson Varejão, da Seleção Brasileira, como ídolo. “Este aqui é raçudo. Tem coisa pra aprender, como todo mundo, só tem uma coisa que eu não consigo ensinar, que é o tesão pra jogar, e esse garoto tem”, elogia o treinador.
Duilio sabe que o trajeto até um banco profissional de basquete não é fácil, mas vai fazer de tudo para levar essa garotada o mais longe possível no esporte. Mesmo que fiquem pelo caminho, terá valido a pena. “Se o menino não virar um atleta, vai virar um cidadão, é isso que a gente quer”, reflete. Por isso é muito importante a parceria feita com a universidade Unopar, que apoia a equipe no Catarinense. Se a parceria se mantiver, quando Genaro terminar o Ensino Médio, vai poder ganhar bolsa para ingressar no Ensino Superior através da Unopar. O mesmo vale para qualquer atleta da equipe de Palhoça. Por isso, mais do que a projeção de vitórias, o mais importante, neste momento, é vislumbrar uma oportunidade de futuro.
Vagas abertas
Quer fazer parte desta equipe? Basta se inscrever em um dos núcleos, na Ponte do Imaruim ou no Alto Aririú - pode aumentar para cinco núcleos ainda este ano. São 60 vagas por núcleo.
Núcleo Alto Aririú – Informações no colégio Nicolina Tancredo, na rua César Renê Wagner
Núcleo Ponte do Imaruim – Informações no Ginásio Nazareno Cândido (rua 31 de Março), nos horários de treino, terças e quintas (das 10h às 11h20; e das 13h às 19h)
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Créditos:
LUCAS INÁCIO/DIVULGAÇÃO/FCBLUCIANO SMANIOTO