Por: Willian Schutz
Com o retorno das atividades presenciais marcado para esta quarta-feira (17), profissionais da rede municipal de ensino de Palhoça votaram para que as aulas sejam retomadas apenas de forma remota. A decisão surgiu na assembleia geral realizada no final da tarde desta terça-feira (16) e uma série de argumentos foi apresentada. Mas isso não foi o suficiente e as aulas retornaram, conforme as diretrizes governamentais.
Segundo nota oficial da Prefeitura de Palhoça, até o final da manhã de quarta “não havia recebido nenhum comunicado oficial do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Palhoça (Sitrampa) informando eventual determinação para que os servidores não retomassem as atividades presenciais”.
Ainda segundo o que foi divulgado pela Prefeitura, “a possibilidade de ter havido uma recomendação sindical para o não comparecimento às aulas presenciais causa estranheza, uma vez que o próprio sindicato participou da construção do plano de contingência para a retomada das aulas”.
A Prefeitura informou que tomará as medidas necessárias para garantir o retorno das atividades presenciais, que atende a uma determinação do Ministério Público e também aos decretos publicados pelo governo do estado.
Insegurança
Um dos principais pontos levantados na assembleia ocorrida na terça-feira foi a não vacinação dos professores. Um professor de Educação Física da rede estadual (que retoma as aulas nesta quinta, 18) que atua em Palhoça contou: “Eu só darei aula presencial depois que tivermos acesso à vacina”. Ele completa afirmando que alguns colegas adotaram uma “greve parcial, em que os professores não irão para a escola enquanto não houver a vacina, mas continuarão atendendo aos alunos normalmente de forma virtual, igual no ano passado”.
Já quanto aos profissionais da rede municipal, a situação não parece ter se reconfigurado. O retorno ocorreu no dia previsto (17). Para isso, os profissionais seguiram as diretrizes do plano de contingência municipal (PlanCon).
A secretária de Educação do município, Shirley Nobre Scharf, explica que o “plano de contingência do município serve para todas as redes, a pública e a particular”. “Cada instituição se adequou à sua realidade, mas seguindo todas as diretrizes”, destaca.
Sendo assim, tanto as estruturas, quanto a organização das escolas foram preparadas para a recepção dos estudantes, conforme determinado. Todas as escolas em território palhocense foram adaptadas para a situação pandêmica: dispensers de álcool em gel foram instalados nas entradas, nas classes e nos corredores; cartazes informativos sobre os cuidados encontram-se espalhados pelas instituições; a disposição de mesas, tanto nas salas, como nos refeitórios, está conforme o distanciamento seguro. Também haverá aferição de temperatura de todos os alunos e profissionais, logo na entrada.
O prefeito Eduardo Freccia anunciou que todos os professores da rede municipal fizeram testes para a Covid-19. Tal medida surgiu para assegurar que os profissionais que estivessem infectados permanecessem em casa, evitando a propagação. Além disso, os estudantes estão sendo atendidos através do modelo de ensino híbrido: com atividades presenciais e online.
Uma professora atuante em Palhoça explicou como funciona a metodologia: “No sistema híbrido, no qual a turma é separada em parte A e B, as aulas vão ser muito diluídas. Então, por exemplo, esta semana dou aula para a parte A; semana que vem repetirei a aula para a parte B, enquanto a parte A ficará em casa. Ou seja, nos veremos a cada 15 dias”.
Nos próximos dias, os profissionais da educação de Palhoça devem anunciar se continuarão com as aulas presenciais. Enquanto isso, a campanha de vacinação contra a Covid-19 continua. Resta saber quando professores conseguirão ser imunizados – e se haverá vacina para crianças e adolescentes. Mas, conforme já foi determinado pelos órgãos públicos: educação passou a ser considerada serviço essencial.
Escolas estaduais
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte/SC), que representa as escolas estaduais, havia optado por greve, seguindo a mesma linha de argumentação do Sitrampa. No entanto, a decisão foi revogada e uma nova assembleia estadual foi aprovada para o dia 8 de março, com o objetivo de retomar o debate e avaliar a situação.
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