Apesar de Palhoça não estar incluída na lista de cidades com recomendação para a vacina da febre amarela, muitas pessoas estão receosas em função das notícias vindas de outras partes do país. Até a última atualização do Ministério da Saúde, no dia 23 de janeiro, estavam confirmados 130 casos, com 53 mortes em decorrência da doença; outros 162 casos estão em investigação. Em Santa Catarina, apenas cinco suspeitas foram notificadas; duas situações já foram descartadas e três seguem em investigação pelas autoridades da saúde.
A vacina contra a febre amarela tem livre demanda em todos os postos de saúde do município. O Estado envia o número de doses necessário para um município sem risco iminente, como Palhoça, mas a procura pela vacina está muito grande nos postos de saúde da cidade.
Histórico recente
O Ministério da Saúde informa que nas últimas décadas, a febre amarela tem sido registrada além dos limites da área considerada endêmica (região amazônica). Ao mesmo tempo, a observação de um padrão sazonal de ocorrência de casos humanos, a partir da análise da série histórica, deu suporte à adoção da vigilância baseada na sazonalidade. Assim, o período de monitoramento inicia em julho e encerra em junho do ano seguinte.
O Ministério confirma que casos humanos e epizootias em primatas não humanos (PNH) foram recentemente registrados em uma ampla área do território nacional. Inicialmente, entre 2014 e 2015, a transmissão se deu na região Norte, com posterior expansão no sentido leste e sul do país, onde afetou prioritariamente a região Centro Oeste entre 2015 e 2016. Mais recentemente, entre 2016 e 2017, foi registrado o surto mais expressivo no Brasil, que afetou principalmente os estados da região Sudeste, quando foram registrados 779 casos humanos e 262 óbitos.
Saiba mais
A doença
A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por um vírus transmitido por mosquitos vetores, e possui dois ciclos de transmissão: silvestre (quando há transmissão em área rural ou de floresta) e urbano
O vírus é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa
A doença tem importância epidemiológica por sua gravidade clínica e potencial de disseminação em áreas urbanas infestadas pelo mosquito Aedes aegypti.
Transmissão
O vírus da febre amarela é transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados
A doença não é passada de pessoa a pessoa
A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença.
Sintomas
A pessoa apresenta os sintomas iniciais 3 a 6 dias após ter sido infectada
Os sintomas iniciais incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza
A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença.
Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20% a 50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.
Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.
Diagnóstico
Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.
Tratamento
O tratamento é apenas sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente que, sob hospitalização, deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas, quando indicado.
Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), para reduzir as complicações e o risco de óbito.
Medicamentos salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que o uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas.
O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.
Prevenção
O Sistema Único de Saúde oferta vacina contra febre amarela para a população. Desde abril de 2017, o Brasil adota o esquema vacinal de apenas uma dose durante toda a vida, medida que está de acordo com as recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).
Toda pessoa que reside em Áreas com Recomendação da Vacina contra febre amarela e pessoas que vão viajar para essas áreas deve se imunizar.
A vacinação para febre amarela é ofertada na rotina dos municípios com recomendação de vacinação em vários estados, incluindo Santa Catarina. Porém, não há recomendação para as cidades litorâneas, como Palhoça; já para o Oeste catarinense, por exemplo, existe a recomendação.
Áreas de risco
Locais que têm matas e rios, onde o vírus e seus hospedeiros e vetores ocorrem naturalmente, são consideradas como áreas de risco.
No Brasil, a vacinação é recomendada para as pessoas a partir de 9 meses de idade que residem ou se deslocam para os municípios que compõem a Área Com Recomendação de Vacina.
Fonte: Ministério da Saúde