Texto: Isonyane Iris
Estacionar nas praias de Palhoça é um verdadeiro exercício de paciência para muitos motoristas. Como são poucas as vagas públicas oferecidas para estacionar, a solução é se sujeitar a pagar o preço, muitas vezes abusivo, para colocar o veículo em um estacionamento privado. A diferença no preço cobrado, que varia de acordo com a praia, entre R$ 15 a R$ 45, tem deixado muito motorista com vontade de voltar para casa.
Morador do bairro Rio Grande, Felipe Santos está de férias e aproveitando para visitar as praias do Sul de Palhoça com a família. Se sentindo explorado pelo preço cobrado nos estacionamentos privados próximos às praias, ele conta que mesmo de férias tem racionado os passeios. "Não somos ricos e nem turistas. Moramos aqui em Palhoça e só queremos aproveitar algo que é de graça: a praia. Queria ir todos os dias, mas se eu tiver que pagar estacionamento privado eu vou à falência", reclama o pai de família, que no dia 25 de dezembro chegou a pagar R$ 45 para estacionar seu carro na Guarda do Embaú.
Segundo relatos de motoristas que visitaram as praias nas últimas semanas, os preços estão oscilando muito, conforme o dia. "Se tiver dia de sol e a praia estiver lotada, eles cobram muito mais caro do que o habitual; agora, se for num dia mais nublado e sem muito movimento, o preço chega a cair pela metade", conta Fernanda Pacheco, moradora do Aririú.
Na família da Maria Aparecida, o jeito foi comprar uma piscina inflável e se refrescar em casa mesmo para economizar com o valor do estacionamento privado. "Fomos três vezes à praia da Pinheira na última semana de dezembro de 2018 e desistimos. Me senti roubada, cada dia era R$ 35 de estacionamento. Agora comprei uma piscina inflável, que paguei R$ 200 e fico em casa durante a semana e vamos para praia só nos finais de semana", conta a dona de casa.
O Procon de Palhoça informou que através do setor de fiscalização está atuando nas praias do município com o intuito de saber o porquê da oscilação nos preços dos estacionamentos durante a temporada de verão. "Os estabelecimentos são obrigados a apresentar, além do alvará, a tabela de preços que irão praticar até o final da temporada. Por lei, não é permitida a oscilação de preços conforme o movimento. Todos os estabelecimentos terão o prazo de cinco dias para apresentar resposta à notificação", informou o Procon, destacando que incialmente foi feito um levantamento em virtude de algumas reclamações e denúncias.