Na terceira fase da operação integrada que objetiva eliminar o máximo possível de pontos de poluição de rios e canais em Palhoça, a Prefeitura lacrou mais de 10 fontes de contaminação. A operação desta quarta-feira (22) teve início às 8h, na Pinheira, passando depois pela comunidade do Mar Aberto, até chegar, já no período da tarde, ao bairro Praia de Fora, onde novos focos de poluição foram detectados. Desde o dia 9 até agora, data da primeira operação, a força-tarefa já identificou e lacrou quase 50 ligações clandestinas de esgoto no Sul do município.
Essas ações integradas são coordenadas pela Fundação Cambirela do Meio Ambiente (FCam), com participação da Polícia Militar Ambiental, Secretaria Executiva de Saneamento (Samae), Vigilância Sanitária, Secretaria Municipal de Infraestrutura e Saneamento e Secretaria Municipal de Serviços Públicos (Sesp).
Terceira operação
Às 8h desta quarta-feira (22), a força-tarefa iniciava os trabalhos de fiscalização num “afluente” do Capivari do Norte, na Pinheira, que já fora alvo da segunda operação. Conforme revelou Giancarlo Philippi Zacchi, auditor fiscal ambiental da FCam, todo o trecho compreendido entre a foz do riacho à rodovia Evaldo Paulo Broering foi vistoriado, por terra e água, mas nada de irregular foi detectado. “Isso corrobora o resultado da análise realizada pelo Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina, que revelou que a água do mar naquela área é própria para banho”, revelou o auditor fiscal.
O próximo ponto investigado foi o “Canal da Independência”, na Praia de Baixo, região da “Pracinha” da Pinheira. No local, a fiscalização localizou um cano de 100mm de esgoto não tratado, que foi imediatamente lacrado. No mesmo canal, outro tubo de 50mm foi isolado. Foi possível identificar o proprietário e lavrado auto de infração ambiental, no valor mínimo de R$ 3,3 mil.
Na Rua Medeiros, região do Mar Aberto, entre a Ponta do Papagaio e a Pinheira, os fiscais utilizaram o produto conhecido como “azul de metileno” para averiguar o esgoto de uma residência, que resultou na confirmação de lançamento clandestino. O cano de esgoto foi lacrado sumariamente.
Na Praia de Fora, a força-tarefa retornou ao rio Mata Fome, local da primeira operação, do dia 9. No local, foi descoberta uma canalização paralela à rede de drenagem pluvial, com pelo menos seis pontos de descarte de esgoto clandestino. “Uma situação muito preocupante”, segundo João Machado Thomazetti, também auditor fiscal ambiental da FCam, o que vai exigir a intervenção da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), numa operação para destruir a canalização paralela. Todos os pontos de esgotamento irregular foram lacrados, mas os responsáveis não foram devidamente identificados – por enquanto.
Anestor Pedro Denoni, presidente da FCam, disse que a proposta da força-tarefa, que envolve vários órgãos da administração pública municipal, além da Polícia Militar Ambiental, é “eliminar, no menor tempo possível, o maior número de focos de esgoto clandestino”. “Estamos contando com o apoio das comunidades. As pessoas denunciam as irregularidades e prestam apoio irrestrito às atividades de fiscalização. O ambiente é bom e vamos continuar fiscalizando”, afirmam Giancarlo e João Machado.
Nas operações futuras, além do “azul de metileno”, a força-tarefa coordenada pela FCam deverá fazer uso de uma substância conhecida como “espuma expansiva”, que produz resultados imediatos e tão eficientes quanto o lacre de concreto.
Outras operações
Na primeira operação, realizada no dia 9, a força-tarefa identificou e lacrou 31 pontos de esgoto clandestino no rio Navalha, na Praia de Fora. E no dia 15, a fiscalização eliminou quatro pontos de ligações clandestinas que despejavam esgoto sem tratamento diretamente nas águas do Rio da Madre, na Guarda do Embaú; no “Canal da Independência”, entre a Guarda e a praia do “Centrinho” da Pinheira; e em outro riacho, na Pinheira.