Texto: Isonyane Iris
Por medida de segurança - e de forma preventiva -, a Prefeitura de Palhoça interditou a ponte pênsil sobre o Rio Cubatão, no bairro Guarda do Cubatão. A decisão foi tomada após reunião entre o prefeito Camilo Martins e o secretário de Infraestrutura, Eduardo Freccia. O secretário relatou ao prefeito que, durante a última inspeção rotineira da ponte, foram detectadas falhas estruturais, indicando a deterioração de um cabo de aço de sustentação e tábuas do assoalho quebradas.
O ato de interdição está definido na Portaria 01, de 19 de fevereiro, da secretaria de infraestrutura e saneamento. A interdição considera “a necessidade de finalização dos estudos técnicos, que irão apontar a situação estrutural da Ponte Pênsil Fabio Domingues de Castro, localizada na rua João Carlos Ferreira, bairro Guarda do Cubatão”. Diz, ainda, a portaria, que “a proibição do trânsito é uma medida temporária e parcial”, até que os estudos em andamento sejam concluídos.
“Nosso objetivo é garantir a segurança dos usuários daquela passagem sobre o Rio Cubatão, bem como assegurar a integridade da ponte”, disse o prefeito.
A interdição é para o tráfego de veículos automotores e inclusive animais de médio e grande porte, como bois e cavalos. O trânsito continua liberado para motocicletas, bicicletas e pedestres.
Na terça-feira (19), a equipe de reportagem esteve no local e conferiu as condições em que a ponte se encontrava. Madeiras quebradas, soltas e até cabos rompidos mostravam que a situação era difícil.
Com medo, quem precisa atravessar todos os dias a ponte pênsil afirma que a situação é preocupante. “São madeiras soltas, quebradas, cabos comprometidos e até buracos em alguns lugares. Dá medo de atravessar e acabar caindo”, conta com receio uma moradora que preferiu não se identificar.
No começo do mês, o vídeo de um cavalo com a pata presa em um buraco mostrava as condições que a ponte se encontrava. A situação foi filmada por moradores e exposta nas redes sociais, junto com um pedido de providências do poder público. “A cena foi triste. O animal com a pata presa, sangrando e nós tentando ajudar. O dono dele não estava montado, como muitos estão dizendo, ele estava guiando o cavalo, mas essa madeira podre não aguentou o peso. Assim como foi um cavalo poderia ter sido uma pessoa ou mesmo uma criança, até quando vão esperar para tomar uma providência?”, pergunta Osvaldir de Souza, morador da região há mais de 10 anos.
“São crianças indo para escola todos os dias, trabalhadores que precisam pegar ônibus, todos nós enfrentamos o risco de se machucar ou mesmo de cair a qualquer momento ao atravessar essa ponte. Os cabos estão arrebentados e não precisa de esforço para perceber, as madeiras estão tão velhas que tem lugar que tu pisa e ela se parte. Um perigo que já existe há anos, assim como a promessa de uma ponte nova”, lamenta outra moradora que preferiu não se identificar.
Outro problema que estaria agravando a situação da ponte seria o fluxo de veículos. “Quando te fila na BR-101 muitos carros resolvem cortar por aqui. Então os veículos vêm em fila e passam todos juntos pela ponte, tem vezes que chega a ter mais seis carros de uma vez em cima da ponte. Esse peso gera uma sobrecarga, nossa ponte não tem mais condições de sustentar todo esse peso”, alerta Francisco Lopes.
Na terça-feira (19), enquanto a equipe de reportagem estava no local, agentes de trânsito estavam monitoramento o fluxo de veículos sobre a ponte. No final da tarde, a Defesa Civil fixou placas nos dois lados da ponte limitando que apenas um veículo por vez fizesse a travessia.
Ao ser informada da situação, a Defesa Civil teria ido local junto com uma engenheira e feito um relatório sobre o caso. Segundo a secretaria de Infraestrutura e saneamento todas as medidas administrativas necessárias estão sendo adotadas para ao retorno das condições de normalidade na ponte pênsil.