Motivada pelos alarmantes fatos ocorridos recentemente, que vitimaram duas pessoas na Via Expressa, a Prefeitura de Palhoça realizou uma operação para evitar a produção e a comercialização de pipas com cerol ou “linha chilena”. A ação, realizada na manhã de terça-feira (6), foi protagonizada pela Secretaria de Segurança Pública, em colaboração com o setor de Fiscalização de Tributos e Agentes de Trânsito, e contou com o apoio da Polícia Militar e da Polícia Civil.
O secretário municipal de Segurança Pública, Alexandre Silveira de Sousa, disse que a operação teve “caráter educativo e preventivo”, e que outras atividades serão realizadas, com o objetivo de convencer as lojas que produzem e comercializam pipas a não utilizarem o cerol nem a linha chilena. Segundo o secretário, a repressão não é o caminho mais adequado, até porque a legislação existente só trata de apreensão de material e aplicação de multa. Ele defende a criação de uma legislação específica para punir produtores e comerciantes de pipa com material cortante, além de responsabilizar os pais ou responsáveis, sempre que um menor de idade provocar algum incidente com pipa.
Na operação de fiscalização, não foram encontrados materiais ilegais no comércio de Palhoça. Uma loja foi fechada no Brejaru, mas por falta de alvará de funcionamento.
O secretário relata que, em todas as lojas visitadas, os proprietários e funcionários foram aconselhados a não produzirem e não comercializarem as pipas com material cortante. Disse que ouviu manifestações de apoio à proposta de prevenção e educação defendida pela Prefeitura. “Inclusive, muitos comerciantes manifestaram pesar com o que aconteceu, recentemente, com duas vítimas, na Via Expressa. E se comprometeram a não produzir nem vender pipa com material cortante”, revelou Alexandre.
De acordo com relatório da Polícia Rodoviária Federal (PRF), num curto espaço de tempo, duas pessoas foram vítimas de pipa com cerol ou linha chilena na Via Expressa, trecho da BR-282 que tem ligação com as pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Sales. No dia 20 de julho, a publicitária Josiane Marques, de 34 anos, morreu quando retornava de Florianópolis, onde trabalhava, para casa, em Biguaçu. Na mesma região, outro motociclista sofreu ferimentos graves ao ser atingido pelo fio de pipa cortante - sobreviveu com sequelas. Os dois casos aconteceram no período de férias, quando o número de crianças brincando com pipas aumenta consideravelmente. No mesmo período, dois carros foram atingidos por linhas chilenas na Via Expressa e ficaram danificados.
O prefeito Camilo Martins defende a tática da educação e prevenção para evitar outros acidentes: “Precisamos continuar incentivando as crianças a soltar pipa, pois é uma atividade muito saudável, uma brincadeira que sobreviveu ao avanço do celular e das redes sociais. Mas, devemos ensinar as crianças a confeccionarem suas pipas sem o cerol. Esse é um dever dos pais e outros familiares, dos vizinhos, da escola. Se todos fizerem a sua parte, teremos crianças soltando pipas, de forma muito agradável, sem acidentes, sem sofrimento para ninguém”.