O prefeito de Palhoça, Camilo Martins, considerou produtiva a reunião realizada na segunda-feira (4), com a diretoria estadual e regional da Celesc, para tratar dos constantes apagões que, nesta temporada de verão, vêm ocorrendo nas praias do Sul de Palhoça, além das intermitentes quedas de energia em alguns bairros, situação que se agravou há duas semanas. O exagerado aumento nas contas de energia elétrica, motivo de muitas reclamações de munícipes, também foi tema da pauta.
“Apresentamos nossos pleitos aos diretores da Celesc e continuaremos monitorado a situação, em busca de solução para os problemas apresentados, referentes aos apagões que atingem nossas praias e à queda de energia nos bairros, que tantos prejuízos tem causado ao município”, disse Camilo Martins. “Se a Celesc não tomar uma posição, vamos adotar medidas enérgicas, vamos recorrer à Justiça, vamos adotar o caminho da judicialização, impondo multa diária”, alertou o prefeito.
Segundo comentou, ao sair da reunião, “a maneira como a Celesc vem tratando Palhoça, o que vem ocorrendo há anos, é um desrespeito com os palhocenses”. “Um desrespeito absurdo com uma cidade que é a que mais cresce em Santa Catarina, que foi reconhecida pelo Caged como o quarto município que mais gerou empregos no estado, em 2018”, declarou o prefeito.
Na mesma reunião, o chefe da divisão técnica da Celesc, Adriano Luz, informou que a empresa vai construir uma subestação em Santo Amaro da Imperatriz, que deverá beneficiar também Palhoça, fortalecendo a carga das redes de distribuição.
Além do prefeito, a reunião na Celesc foi acompanhada pelo deputado estadual palhocense Nazareno Martins (PSB) e pelo vereador e secretário municipal de Maricultura, Pesca e Agricultura, Adelino Machado (Keka).
Acip mobilizada
O problema no abastecimento de energia elétrica trouxe prejuízos também ao comércio palhocense. Em reunião na Associação Comercial de Palhoça (Acip), empresários da Pedra Branca relataram que chegaram a dispensar os funcionários por mais de uma vez, pela impossibilidade de manter a produção devido às constantes quedas de energia elétrica.
“Num cenário de crise econômica em que vivemos, parar a produção por um ou dois dias significa impactos ainda mais graves para as empresas e consequentemente para a economia do município. Vale lembrar também que o problema ocorre justamente no mesmo mês onde o Ministério Público pede explicações à Celesc pela alta no valor da fatura”, comenta o dentista Paulo Scharf, associado da Acip. “A ineficiência da Celesc chama a atenção, porque os mesmos problemas se repetem ano após ano e nada de definitivo é feito para solucioná-los. Mas por que nada é feito? Simples: não há incentivo algum para um monopólio estatal ser eficiente, afinal de contas, você é obrigado a consumir o serviço que eles fornecem. Ou você paga cada vez mais caro por um serviço ruim ou estará condenado a viver às escuras. Em meio a tantos problemas recorrentes, fica evidente que o setor de geração e distribuição de energia é estratégico demais para se deixar sob a tutela ineficiente do estado”, observa Scharf.
Reunião no MP
O Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC) reunirá representantes dos Procons estadual e de Florianópolis, da Secretaria Municipal de Defesa do Consumidor e da Celesc nesta quinta-feira (7), às 14h, para tratar da suposta cobrança abusiva na conta de luz do mês de janeiro.
A reunião, que será fechada, será conduzida pelo promotor de Justiça Marcelo Brito de Araújo e pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional do Consumidor, a promotora de Justiça Greicia Malheiros da Rosa Souza.