Por: Sofia Mayer*
Moradores e comerciantes do prédio de três andares interditado na manhã do último sábado (29), na Ponte do Imaruim, ainda não sabem onde devem se alojar daqui em diante. Cerca de 30 residentes e donos dos cinco estabelecimentos comerciais do edifício esperam informações mais precisas, que deverão ser divulgadas nesta terça-feira (3), às 10h, em reunião marcada pela Defesa Civil no Ginásio de Esportes João Ivo Martins, o Caranguejão.
“Vamos abrir um abrigo provisório para que pessoas possam ser alojadas até que se tomem providências em relação ao síndico, ao proprietário, ao seguro deles”, afirma Leonel José Pereira, secretário-adjunto de Segurança Pública de Palhoça, depois de reunião com a Defesa Civil da cidade. Considerando que partes do edifício cederam, uma obra de estaqueamento será realizada no espaço. Após o procedimento, as famílias terão autorização para entrar no local e retirar seus pertences pessoais. A ideia é acolher quem precisa de alojamento no ginásio.
Rosiléa dos Santos, de 58 anos, afirma que a Defesa Civil tem sido presente em todo o processo, porém, teme que abrigar o filho autista no ginásio poderia ser prejudicial para sua rotina especial. “No sábado, por ter ele (o filho), que é especial, e não pode ficar andando de um lado para o outro, uma amiga me acolheu no sábado e no domingo. Hoje já não tenho mais (onde ficar)”, comenta Rosiléa. Aqueles que não tinham alojamento no final de semana foram acomodados em um hotel pela Assistência Social da Prefeitura, onde devem ficar até esta terça-feira (3).
Uma das salas comerciais do prédio interditado abriga o estabelecimento da cabeleireira Ana Gardênia, que lamenta estar de “mãos atadas” nessa situação. Segundo a empresária, clientes estão ligando para marcar procedimentos no salão, mas, desde sábado, ela não tem como atendê-los. Ao todo, cinco estabelecimentos comerciais foram afetados.
A Defesa Civil ainda depende do relatório de um engenheiro para definir com exatidão as causas do acidente. “O que a gente sabe é o seguinte: se o prédio está em risco ou não. Nesse momento, para nós, ele está em risco”, afirma Pereira. O secretário afirma que se o edifício for condenado, ruas e arredores terão que ser fechados, inclusive o acesso a Palhoça a partir da ponte sobre o rio Imaruí (o prédio fica bem próximo à ponte). “Se o prédio desabar, ele vai para o meio da rua”, conta.
O prédio foi interditado na manhã de sábado (29), depois que moradores se assustaram com um forte estrondo. Um engenheiro foi acionado e, após constatar o rompimento de uma coluna de sustentação do edifício, a construção foi evacuada, por risco de desabamento.
* Sob a supervisão de Luciano Smanioto