Por: Willian Schütz
Em abril deste ano, um jovem de 18 anos provocou um massacre chocante: invadiu uma escola e matou cinco pessoas; entre elas, três crianças. O crime ocorreu em Saudades, município do Oeste catarinense. Tragédias como essa já aconteceram no Brasil e no exterior, ressaltando a necessidade de preparo para a proteção das instituições de ensino. Por isso, o 16º Batalhão de Polícia Militar (BPM) vem realizando ações para orientar profissionais da educação de Palhoça sobre protocolos a seguir em casos de violência.
Palestras estão sendo ministradas para representantes das escolas palhocenses. O primeiro encontro aconteceu no dia 20 de maio, via videoconferência, para um público de quase 60 pessoas. E como a primeira etapa foi um sucesso, um novo encontro virtual está marcado para a próxima quinta-feira (10).
Todas as palestras são frutos dos estudos do capitão Jorge Augusto de Souza Martins, que vem desenvolvendo os materiais informativos e ministrando os encontros. Tudo isso sob a orientação do tenente-coronel Rodrigo Carlos Dutra, comandante do 16º BPM.
As palestras têm como base um protocolo norte-americano desenvolvido pelo FBI para a preparação do público civil para crises conhecidas como “Atirador Ativo”. Além da tragédia em Saudades, o capitão cita outros exemplos de chacinas ocorridas em escolas brasileiras, no Rio de Janeiro e em Suzano (SP).
Ainda de acordo com o realizador, o objetivo foi propiciar a compreensão de professores e funcionários sobre esse fenômeno do "Atirador Ativo", versando sobre o conceito e as características desse tipo de ocorrência.
Nessa linha, a palestra inicial também tratou sobre o protocolo conhecido como "Correr, Esconder e Lutar", desenvolvido massivamente nos Estados Unidos, detalhando cada passo ante uma possível aplicação prática.
Além disso, o capitão Jorge pontua que a palestra busca “informar sobre o comportamento a ser adotado em decorrência de uma intervenção policial e a identificação de sinais de possível iminência de ocorrências dessa natureza”.
Ele também relata que a iniciativa “vem se mostrando proveitosa e tem estimulado, principalmente, a reflexão sobre o papel da instituição de ensino em minimizar a possibilidade de perpetração dessa ocorrência e, caso seja perpetrada, minimizar as consequências trágicas”.
Para além das palestras, a iniciativa pode se estender para outras ações, bem como expandir seu alcance. “Fizemos o encaminhamento do material e da situação ao Comando Geral da PM, que está avaliando através das redes preventivas e com a coordenação do Proerd, para que se possa replicar para as demais escolas e instituições, a fim de se criar uma rede de orientação e proteção para situações como essa”, revela o comandante Rodrigo Dutra.
Também há “a ideia de desenvolver um exercício simulado em uma instituição de ensino, colocando em prática o protocolo para professores, funcionários e alunos. Mas ainda não houve nenhuma definição de data e de local”, acrescenta Jorge Augusto.
A iniciativa deve seguir, pois a tragédia que ocorreu em Saudades evidenciou a necessidade de ampliar a orientação e prevenção para que crianças e adolescentes possam se sentir mais seguras para frequentar os locais onde o foco deve ser a educação e a cidadania.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim