Por: Sofia Mayer*
Membros da Associação de Pescadores da Baía Sul (Abepebas), na Barra do Aririú, estão buscando recursos financeiros para uma reforma total na sua sede. A estrutura histórica, com mais de 100 anos, abrigou a primeira escola do bairro e uma colônia de pescadores, e hoje é utilizada pelos associados, que também vivem de pesca. Com falta de investimentos no local, no entanto, o espaço está precisando de intervenções urgentes.
O telhado da edificação, por exemplo, já foi arrancado, pois corria o risco de desabar. A mobilização está partindo dos próprios associados, que chamaram um arquiteto para desenvolver um projeto capaz de preservar as características originais da obra histórica. “Estamos tentando fazer um fundo, uma caixinha entre os associados nossos, para tentar recuperar”, explica o presidente da Abepebas, Gilliard Isac Martins.
O processo de recuperação da sede começou em fevereiro desde ano.
Auxílio e manutenção cultural
Tradicionalmente, a diretoria da Abepebas utiliza o espaço para realizar cursos e oficinas à comunidade e seus associados. A intenção do presidente, que está na gestão desde 2019, contudo, é que o espaço volte a funcionar como um ambiente administrativo e acolhedor, para que as atividades sigam acontecendo de forma plena e eficiente.
Suporte burocrático aos pescadores associados, além da execução de projetos, como cursos para pescador profissional, são exemplos de serviços que facilitam a comunicação entre a comunidade pesqueira e o poder público, garantindo, ainda, melhores condições de trabalho aos associados. Novas oficinas também estão sendo preparadas.
Até os anos 1970, o terreno pertencia a uma colônia de pescadores. Quando o grupo se mudou para a região Sul, na Pinheira, o espaço foi doado para a Associação de Pescadores da Baía Sul. “Foi a primeira escola da comunidade”, contextualiza Gilliard, reafirmando o valor histórico e cultural da associação.
Dragagem do rio
Outro desafio dos pescadores é em relação ao assoreamento do canal. Em matéria publicada em julho pelo jornal Palhocense, os pescadores relataram que sempre precisam esperar a maré encher, no início das manhãs, para conseguir sair com o barco.
A situação hoje está com a Defesa Civil, que constatou o assoreamento. “Fizemos nosso relatório, encaminhamos ao prefeito. Já foi feito, inclusive, o decreto de situação de emergência daquela localidade”, informa Júlio Marcelino, coordenador municipal da Defesa Civil de Palhoça. O documento foi publicado em 29 de outubro pelo município.
A Defesa Civil solicitou ao órgão ambiental a avaliação do local. A ideia é conseguir autorização para a obra de dragagem no canal da Barra do Aririú, estimada em 900 metros.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim
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