Texto: Isonyane Iris
Elas poderiam apenas dar lápis de cor, desenhos e ensinar sobre as cores, mas a dedicação das professoras Viviane Rosar e Fernanda Martins ganhou destaque entre pais e alunos do CEI Maria José de Medeiros, no Aririú. Professoras do GT2 vespertino, elas não mediram esforços para proporcionar aos pequenos atividades lúdicas e criativas que levaram todos a uma verdadeira imersão no mundo das artes com o projeto Pequenos Artistas.
Mãe do Miguel (GT2), Nazaré de Souza observou o desenvolvimento do filho, que chegava sempre em casa contando sobre as atividades realizadas em sala de aula. “Ele chegava com muito entusiasmo e feliz com as descobertas. Nessa idade, eles são uns gravadores, então as atividades feitas por elas instigavam a curiosidade e o conhecimento de cada um. Miguel ficava radiante”, conta a mãe.
As professoras explicam que o projeto tinha como objetivo principal explorar ao máximo a arte, não só com as cores e tintas, mas com teatro, com o manuseio de objetos diferentes e todas as formas de arte possível. “Nós observamos em uma atividade que realizamos que havia um interesse muito grande por parte das crianças pelas cores, principalmente pelas tintas. Foi quando pensamos em realizar um projeto baseado nisso para o segundo semestre”, explicam as professoras.
Sobre as atividades desenvolvidas, as professoras explicam que buscaram trabalhar diferentes materiais que tinham no próprio CEI e também pediram a colaboração dos pais. “Para os pais, nós pedimos borrifador em uma atividade com corante alimentício: transformamos as mesas das salas em telas, usamos diferentes espaços no CEI para ter uma interação total, tudo para que eles pudessem criar em cima disso”, explica Viviane.
Em outra atividade, as crianças tiveram ainda a oportunidade de trabalhar com diferentes pincéis, usando penas de galinha, folhas e gravetos. Com atividades que despertavam a criatividade entre os pequenos, a professora Fernanda conta que os alunos criavam suas técnicas e iam descobrindo como trabalhar em cada atividade. “Nós permitimos que eles desenvolvessem suas técnicas, então teve momentos em que eles descobriam novas formas de trabalhar a arte. Teve a massinha de modelar com elementos da natureza, onde eles não usaram nenhum cortador, molde, apenas a massinha e folhas, galhos, pedrinhas, para criar sua arte”, destaca a professora.
As professoras relembram que foram várias atividades realizadas neste segundo semestre. Em todas, chamava a atenção a alegria das crianças em trabalhar com as cores. “Nós não podíamos mexer no material que eles já perguntavam se a gente iria brincar de pintar. Qualquer coisa que remeta a eles um objeto de criação, já desperta neles a vontade de realizar alguma atividade”, relembram as professoras, destacando que no final de todas as atividades era possível perceber a empolgação de cada criança para mostrar para família a atividade que realizou. “Elas se destacam como professoras, fazem muito mais do que apenas a obrigação, fazem por amor.
Percebemos em cada atividade o quanto nossa filha é apaixonada por tudo que é realizado no CEI. Elas não são apenas professoras, elas são dedicadas, animadas, criativas e com certeza fazem um trabalho de destaque. Não só elas, mas todo o CEI está de parabéns. Por ser uma instituição municipal, merecem destaque por seu comprometimento com a excelência para os alunos”, elogia Lucas Siqueira, pai da pequena Vallentine (GT2).
Para as professoras, a falta de recurso e de materiais nunca foi motivo para desistir de alguma atividade. A ação de pensar no que cada atividade vai proporcionar aos seus alunos faz com que muitas vezes as professoras arquem com os gatos do próprio bolso. “A gente utiliza uma porcentagem da contribuição voluntária das famílias, mas como muitas vezes não supre todos os gastos, dividimos os valores dos materiais que vamos utilizar entre nós duas. Fazemos isso porque não queremos deixar de proporcionar algo que vai contribuir para o desenvolvimento da criança. O importante para nós é saber que no final do dia não foi só mais um dia que eles ficaram no CEI, mas sim que foi um dia especial, em que puderam viver ao máximo aquele dia. Não tem dinheiro que pague o sentimento de ter feito a diferença na vida dessas crianças”, explicam as professoras.
“Só tenho a agradecer as professoras Vivi e Fê pelo trabalho feito e pelo carinho, pois o Miguel, quando não podia comparecer à escolinha, ficava pedindo para ir e com saudades das professoras e dos amiguinhos. É nessas horas que a gente vê o carinho que lhe era passado, pois a criança é muito verdadeira com seus sentimentos. Agradeço também ao diretor Rogério, que sempre esteve junto às professoras, as apoiando nos seus trabalhos e com isso pensando no bem estar dos nossos pequenos”, agradece a mãe Nazaré.
“A manifestação artística é inerente ao espírito humano. Está latente na alma, no intelecto do ser humano, desde a infância. É como uma represa pronta para transbordar. Assim, sempre que surge uma oportunidade, a criança se manifesta e acaba superando expectativas. É isso que está acontecendo no CEI Maria José de Medeiros, no bairro Aririú, onde a iniciativa das professoras Fernanda e Viviane deu bons frutos. De fato, o projeto Pequenos Artistas fez aflorar a sensibilidade e criatividade das crianças”, diz Shirley Nobre Scharf, secretária municipal de Educação.