Texto: Isonyane Iris
“Era um parquinho muito engraçado, não tinha brinquedo, não tinha nada. Ninguém podia brincar nele não, porque o mato cobria o chão”, brinca Roberto Luiz Souza, sobre a triste situação dos parques públicos do município. Seria espirituoso se essa fosse apenas uma canção de roda, mas infelizmente essa é a realidade de alguns parquinhos espalhados pelos bairros de Palhoça.
Inseguros de levar seus filhos para os parquinhos perto de casa, muitos pais estão preferindo gastar combustível e ir até as cidades vizinhas. “Não tem condições de deixar meu filho brincar em um parquinho desse. Tudo quebrado, enferrujado, um perigo para todas as crianças. Faz tempo que eu prefiro ir com meus filhos para São José e até Florianópolis, as praças e parques públicos são limpas e muito bem estruturadas”, confessa Luiz Otávio Nunes, sobre o parquinho próximo à unidade de saúde do Aririú.
Balanços pendurados, falta de manutenção, limpeza e até de mais brinquedos deixam pais desanimados no bairro Aririú. Sem providências do município, muitos pais temem pela situação. “Já vi criança se machucar aqui por causa da condição dos brinquedos, depois desse dia eu evito ao máximo vir aqui”, relata Francine Aline Buchi.
No Centro, a situação do parquinho na Praça Sete de Setembro também estaria preocupando muitos pais, pela falta de manutenção. “Esse parque aqui é uma vergonha. As crianças nem conseguem mais brincar, porque está tudo quebrado. Fora que muitas se machucam com as pontas de madeira quebrada e até os pedaços que estão soltando dos brinquedos”, reclama Maria Lúcia Lima.
Sem ter muitas opções para brincar, algumas crianças preferem ir para outros lugares. “Eu gostava de vir aqui, mas os brinquedos estão todos destruídos. Prefiro ir na Beira-Mar de São José, que os brinquedos são bem novinhos e tem um monte diferente e legal”, compara o pequeno João Gabriel, de apenas 12 anos.
Na academia ao ar livre do Patural, a situação está ainda pior, pois além do parquinho estar completamente abandonado, o local está sendo usado por usuários de drogas. “Isso aqui é um perigo de dia e de noite. Os craqueiros construíram uns barracos ali e olha só o que virou. Agora, a gente não consegue mais usar a academia e muito menos levar as crianças ali para brincar. Além da Prefeitura não fazer manutenção ali, ainda não faz nada para tirar esses craqueiros”, lamenta Glória Aparecida Flores, moradora da Ponte do Imaruim.
No local, os craqueiros construíram duas coberturas próximas ao mangue. Além do local estar cheio de lixo, ainda virou desmanche de televisão e de componentes eletrônicos. Em novembro do ano passado, eles teriam arrancado todo o cabeamento de iluminação pública, deixando o lugar às escuras. “Fica tudo escuro aqui, desde que eles arrancaram esses fios nunca mais eu vi isso aqui iluminado”, destaca Glória Aparecida.
A reportagem do Palhocense entrou em contato com a Prefeitura para obter informações sobre a manutenção dos parquinhos infantis espalhados pela cidade, mas não obteve retorno até o fechamento desta edição.