Motociclistas que trabalham como entregadores cadastrados em aplicativos iniciaram uma paralisação ao longo desta segunda-feira (31), que se manteve nesta terça (1). A mobilização ocorre em cidades de todo país, incluindo Florianópolis e Palhoça. Em nível nacional, o movimento é organizado pela Aliança Nacional dos Entregadores por Aplicativos (Anea).
De acordo com informações da organização, o intuito é se manifestar por direitos que incluem valores por entrega e por quilômetro rodado, além de mudanças que podem influenciar também quem faz entregas com bicicletas.
Registros apontam que cerca de 59 cidades aderiram ao movimento. Essa mobilização pode se estender até a terça-feira (1º).
Em Palhoça, a paralisação também tem adesão. Em diversas partes da cidade, motociclistas se concentram em pequenas manifestações.
Chamado de “Breque dos Apps”, o movimento reivindica o reajuste da tarifa mínima de entrega para R$ 10, do valor pago por quilômetro rodado para R$ 2,50 – sendo que o atual é de R$ 1,50. Outro pedido de todos os entregadores seria o fim das chamadas “rotas duplas” — quando os profissionais realizam mais de uma entrega na mesma direção.
Entregadores que trabalham com bicicletas também estão na paralisação. Para eles, uma das exigências é a limitação de três quilômetros para a distância máxima rodada para a entrega.
Enquanto isso, outra parcela dos entregadores prefere continuar as atividades. Em paralelo, relatos de represálias têm sido constantes durante a paralisação. Segundo uma fonte do jornal Palhocense, há motociclistas favoráveis à causa que têm intimidado os profissionais que não pararam as entregas nesta segunda-feira (31).
No Pagani, alguns motociclistas foram constrangidos por colegas de profissão. Também há relatos de ameaças como furar os pneus ou quebrar a caixa utilizada para as entregas. Até o fechamento desta matéria, nenhum caso de violência foi registrado.
Um motoboy ouvido pela equipe de jornalismo do Palavra Palhocense enfatiza que a paralisação é voltada apenas aos entregadores que trabalham com delivery em aplicativos. Enquanto isso, profissionais que são fixos de vários estabelecimentos seguem com suas atividades. Ainda assim, alguns deles estariam sofrendo constrangimentos por parte de quem aderiu ao movimento.
Essa é a terceira paralisação dessa magnitude realizada no Brasil. As outras duas ocorreram em 2020, durante a pandemia.