Por: Willian Schütz*
Segundo dados de quarta-feira (21), já faleceram mais de 378 mil por conta da Covid-19 no Brasil. O número vem chamando a atenção de pessoas do mundo. Recentemente, brasileiros residentes na França levantaram cartazes com a palavra “genocídio”, repercutindo o aumento no número de casos – e, consequentemente, de mortes. Por conta disso, a reportagem do Palavra Palhocense consultou pessoas de Palhoça que estão em outros países, a fim de saber como anda a pandemia pelo mundo aos olhos do nosso povo.
No último domingo (18), a chef de cozinha Angelita Flores enfrentou problemas para retornar à Itália, onde residiu de maio a novembro do ano passado. “Meu voo seria no domingo (18), mas foi cancelado, pois a França fechou as fronteiras e minha conexão era por Paris”, conta Angelita, que vem dividindo a vida entre Palhoça e a Itália.
Contudo, sobre a experiência vivida na Itália durante a pandemia, a chef alega que, quando lá chegou, há quase um ano, “graças ao isolamento social, a Itália praticamente já estava zerando os contágios, mas ainda assim havia impedimento de deslocamento entre as províncias, que correspondem aos nossos estados”.
Mas a situação mudou, com o passar dos meses. Após uma temporada de verão relativamente tranquila, o número de contágios aumentou na Itália, em meados de outubro de 2020. E quando Angelita retornou ao Brasil, segundo ela, a situação estava se agravando.
De acordo com a chef de cozinha (que deve chegar novamente à Itália nos próximos dias), mesmo em solo palhocense, amigos italianos “mandaram várias mensagens, preocupados, pois haviam visto notícias negativas sobre o Brasil”.
Portugal
Em Portugal, a situação é relativamente parecida. Renan Herculano Pereira reside em Leiria e diz que, por lá, “desde o começo, fechou tudo”. “O povo ficou mesmo em casa, como mandavam as leis do confinamento, e, aos poucos, foi liberando”, relata o palhocense.
“No começo deste ano, teve uma alta muito grande de casos, então fecharam tudo de novo. Nesta semana é que começaram a abrir restaurantes, shoppings e alguns lugares, mas todos com restrições”, afirma Renan, que também está atento ao que vem acontecendo no Brasil. “Sempre que podemos, vimos notícias do Brasil, pois estamos sempre preocupados com nossas famílias”, pontua.
Irlanda
Na Irlanda, o cenário da pandemia sofreu grandes reviravoltas. No final do ano passado, o país teve um lockdown de seis semanas de duração. Em consequência disso, em dezembro, as taxas de contágio eram apontadas como as mais baixas da Europa. Contudo, de acordo com Eduardo Pereira, um dos palhocenses espalhados pelo mundo, “as coisas mudaram no mês de janeiro”. Foi quando a variante londrina da Covid-19 provocou um alto índice de contágio no país.
Austrália
Há também países onde o contágio da Covid-19 baixou ao ponto de quase beirar os tempos pré-pandemia. O campeão sul-americano de judô Pedro Antun é palhocense e mora na Austrália desde 2017.
De acordo com os relatos dele e de fontes oficiais, a Austrália já está com níveis muito baixos. Até aqui, a média móvel neste mês de abril não tem ultrapassado os 20 casos. “As coisas já estão normais: as academias estão funcionando sem restrições e o comércio está todo aberto, incluindo os night clubs”, relata.
Pedro Antun completa alegando que, por lá, “a vacinação está disponível para os idosos, para quem trabalha nas emergências e nas fronteiras, mas já faz alguns meses que a situação voltou ao normal”.
O judoca também diz que tem “acompanhado a situação no Brasil através de familiares, amigos e pela internet, sempre torcendo para que o Brasil se recupere rápido dessa pandemia”.
Canadá
Já no Canadá, próximo da região que faz divisa com os Estados Unidos, a situação diverge. A cineasta Vanessa Sandre, que produziu diversos projetos culturais na região da Grande Florianópolis, mudou-se para o Canadá em dezembro de 2020. Ela conta que, recentemente, houve “um período de um mês, entre março e abril, no qual o lockdown cessou e o comércio reabriu, sendo que os restaurantes só puderam reabrir suas áreas externas”.
Contudo, no início de 2021 as variantes também chegaram ao Canadá e a taxa de contaminação teve altos índices. Lá, atualmente, há diversas restrições. Uma delas proíbe até que pessoas se encontrem, mesmo que ao ar livre.
Sobre a vacinação, Vanessa argumenta que “está lenta”. “Na região de Toronto, estão vacinando pessoas por volta dos 40 anos, e para um país de menos de 40 milhões de pessoas, estão bem atrasados”, enfatiza a cineasta.
Apesar da realidade variar de país para país, a Covid-19 já ocasionou mais de 3 milhões de mortes no mundo, número que segue crescendo. Neste cenário, os olhos se voltam para a vacinação, que avança a passos distintos em cada localidade.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim
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