Com uma população de 168.259 habitantes, segundo dados do IBGE de 2018, e uma economia em expansão, Palhoça comemorou, nesta quarta-feira (31), 226 anos de fundação.
De acordo com dados do Cadastro Nacional de Empregados e Desempregados (Caged), o 10º município mais populoso de Santa Catarina foi a quarta cidade do estado que mais criou empregos formais em 2018 Consta, no relatório divulgado em janeiro de 2019, que o município obteve um saldo positivo de 1.446 (que é a diferença entre demissões e contratações), ficando à frente de importantes polos econômicos de Santa Catarina. Palhoça conquistou outro destaque, registrando a sexta maior “expansão relativa no estado”.
O número de empresas abertas em Palhoça de janeiro a junho deste ano já supera 2018, com mais de 22 mil empreendimentos iniciados e 43.323 novos postos de trabalho. “Esses números e outros fatos positivos demonstram a força de Palhoça na economia de Santa Catarina, seu potencial de crescimento e a determinação dos empresários e dos trabalhadores palhocenses”, comenta o prefeito Camilo Martins.
Ainda segundo o prefeito, fatores como segurança jurídica, ambiente favorável de negócios, incentivos fiscais e desburocratização são fatores que contribuíram para o bom desempenho da economia do município no ano passado, fenômeno que deve se repetir neste ano. “O empresário se sente otimista para investir, quando a administração pública acena com incentivos à produção e menos burocracia”, disse Camilo.
A história
A necessidade de criar um refúgio no continente para ataques inimigos, como a invasão espanhola à Ilha do Desterro, fez com que, em 31 de julho de 1793, o então governador, coronel João Alberto de Miranda Ribeiro, enviasse um ofício ao vice-rei do Brasil, Conde Rezende. O nome do município originou-se de casas de pau a pique, construídas com cobertura de palha, denominadas palhoças, localizadas na atual região sul do bairro Ponte do Imaruim. A primeira “palhoça”, uma casa de farinha, foi construída pelo “fundador” da cidade, Caetano Silveira de Mattos, em 1793.
No “Ofício nº 7”, que é considerado a certidão de nascimento de Palhoça, Miranda Ribeiro assim descreve (e justifica) o escolhido, para tratar da fundação da cidade: “Não havendo nesta Ilha muitos sujeitos, ou falando com toda ingenuidade, não havendo nenhum que exceda a Caetano Silveira de Mattos, julgo ser indispensável da minha obrigação pôr na respeitável presença de Vossa Excelência o seu merecimento”.
Ainda sobre as qualificações de Caetano Silveira de Mattos, o então governador escreveu: “Este homem é activo e zeloso para o serviço, é muito trabalhador e bastantemente remediado, porque possui uns poucos de mil crusados: tem principiado um famoso estabelecimento no sertão, digo no interior do sertão da Terra Firme, na estrada que vai para a Villa de Lages, onde conserva bastante escravatura, e grandes derrubadas, para principiar as suas plantações”.
Sobre Caetano Silveira de Mattos, o então governador também cita: “Agora mesmo se acha actualmente empregado na factura de um armazém ou palhoça, que mandei construir nos mattos da Terra Firme, para fazer um depósito de farinha (...)”.
Segundo historiadores, nesse primeiro documento que se refere a Palhoça, a real intenção do ofício era solicitar uma patente militar para Caetano Silveira de Mattos, que, conforme mapas da época, possuía uma fazenda a oeste do local onde foi construído o entreposto comercial. Está anotado que o coronel João Alberto de Miranda Ribeiro sugeriu ao vice-rei a nomeação de Caetano Silveira de Mattos para o cargo de “capitão da companhia da infantaria auxiliar da freguesia de São José”.
Celebração
Para comemorar a data, no dia 8 será feita a entrega da Comenda Ivo Silveira, com homenagem a 22 pessoas e entidades. Natural de Palhoça, nascido em 26 de março de 1918, Ivo Silveira é considerado um símbolo, uma figura mítica da história da cidade, que, ao longo de sua vida pública, exerceu os cargos de prefeito (de Palhoça), deputado estadual (em quatro legislaturas) e governador de Santa Catarina. Em 2018, foi lançado o livro “Centenário de Ivo Silveira”, que retrata sua vida e acontecimentos marcantes de Palhoça e Santa Catarina, de autoria do jornalista Moacir Pereira, com prefácio do prefeito Camilo Martins.