A nova área de lazer do loteamento Madri vai contar com uma pista de skate. Para a alegria dos praticantes palhocenses, que hoje precisam se deslocar para as cidades vizinhas, como Florianópolis e São José, para se divertir e treinar manobras. Como a estudante Nathalia Pasin Koerich, de 10 anos, moradora da Guarda do Cubatão. Todo final de semana, o pai, o motorista de caminhão Anderson Koerich, a leva para andar de roller nas pistas vizinhas.
Nathalia começou a andar de roller (um patins, em que as rodas são posicionadas em linha) por influência de uma amiga. “Eu vi ela andando de patins, e minha mãe comprou um de brinquedo pra mim e comecei a andar. A gente andava lá na pista de São José, aí virou um hábito. Meu pai comprou outro, de silicone, e depois comprou esse aqui”, mostra a patinadora, que gosta do estilo street (com manobras sobre obstáculos).
É um estilo que tem muitos adeptos em Palhoça. Como não tem pistas boas por aqui (a do Nova Palhoça, por exemplo, não é considerada a ideal pelos praticantes) e nem todo mundo pode passar o final de semana visitando as cidades vizinhas, o jeito é improvisar circuitos pelas ruas dos loteamentos menos movimentados, manobrando sobre pedras e caixotes de madeira. Para evitar construir uma pista que acabe sendo abandonada por não ter a qualidade esperada, a Prefeitura deve ouvir skatistas e patinadores antes de finalizar o projeto. As pistas construídas na avenida Beira-Mar de Florianópolis e na Beira-Mar de São José costumam ser elogiadas, e poderiam servir de modelo.
O importante é criar um espaço que ajude a expandir o esporte, que tem cada vez mais adeptos no município, e quem sabe formar futuros campeões? Nathalia já avisou aos pais: quando tiver campeonato, ela quer competir. “É o que ela mais gosta de fazer, é o lazer dela. Se não for no final de semana para a pista, ela fica brava”, conta Anderson, quem em dia de chuva chegou a procurar uma pista coberta para que a filha pudesse andar de roller.
Tanta disposição tem sido recompensada. Nathalia tem evoluído a ponto de ter chamado a atenção de empresários do ramo e até de patrocinadores interessados em investir na carreira dela como atleta. Quem sofre é o patins e os equipamentos de segurança, “maltratados” pelo uso contínuo. Nathalia já está no terceiro par de patins e não vai demorar muito para o pai investir em um quarto par - provavelmente um roller profissional, específico para a modalidade street.
Tanto o pai quanto a mãe, a técnica em Enfermagem Jussara Pasin, apoiam o interesse da filha pela patinação. Mas Jussara admite que tem um certo receio. “Me preocupo muito ela, é muito radical, quer descer aquelas rampas grandes”, observa a mãe, sob risos da filha. Não vai demorar muito para Jussara ter uma dupla preocupação, porque o marido, que já andou de skate, está louco para experimentar o famoso “brinquedinho” com as rodas em linha. “Eu não ando... Ainda”, diverte-se Anderson. Quem sabe, com a pista nova no Madri, a família toda não comece a se reunir para andar junta aos finais de semana?