Com uma vitória por 3x1 sobre o Atlântico, sábado (30), no Aririú, o Paissandu conquistou o título invicto do Campeonato Palhocense de 2019.
A exemplo do primeiro jogo, quando as duas equipes empataram em 2x2, na Barra do Aririú, o Paissandu largou na frente, abrindo dois gols de vantagem logo no início da partida. O primeiro gol saiu com dois minutos de bola rolando, e os visitantes sentiram o baque. O segundo não demorou a sair e o time da casa poderia ter construído uma vantagem ainda maior, se não tivesse desperdiçado ótimas oportunidades de gol.
O técnico do Atlântico, Adailton Rodrigues, relata que o time sentiu a ausência do volante Gustavo, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Mesmo assim, na segunda metade da etapa inicial, o time da Barra equilibrou o jogo e descontou, em cobrança de pênalti.
No intervalo, o técnico do Paissandu, Samuel Medeiros, conta que alertou os jogadores para a necessidade de manter o foco do início do jogo, até para não repetir o que aconteceu no duelo de ida, quando construiu a mesma vantagem e permitiu o empate do adversário no segundo tempo. No Atlântico, era tudo ou nada. O time foi para cima, mas tomou o terceiro gol e não teve forças para reagir, como fez nas duas semifinais, diante do Eldorado, e no primeiro duelo da decisão. “Fizemos um planejamento no vestiário, que infelizmente não deu certo. Pensávamos em empatar o jogo rápido, e não deu, pelo contrário, tomamos o terceiro gol, onde nos abalou muito e desta vez não tivemos poder de reação”, lamentou o jogador Anderson “Chuteirinha”.
O Paissandu ainda teve a chance de ampliar o placar, mas perdeu até pênalti. Pouco importava, o 3x1 já era suficiente para levantar o caneco. “Conseguimos botar na cabeça do grupo a nossa ideia de jogo, o que a gente queria, qual era nosso objetivo no campeonato, e todos entenderam e fomos juntos buscar o objetivo, nos sagrando campeões invictos, o que é difícil pra caramba. Na competição de Palhoça, ser campeão sem perder nenhum jogo é muito difícil, mas, com a qualidade individual e a responsabilidade coletiva, a gente conseguiu”, avaliou o técnico Samuel. “Sempre falo que final não se joga, final se ganha. A gente entrou com esta vontade mesmo de ser campeão e pressionamos os caras desde o começo”, analisou o jogador Fabinho, que agradece ao apoio da direção do clube durante todo o campeonato. “O Paissandu montou um elenco escolhido a dedo”, enalteceu Samuel, que assumiu o comando da comissão técnica na quarta rodada.
No Atlântico, ficou o reconhecimento à qualidade do adversário e a certeza de que o clube da Barra fez uma campanha memorável. “O Paissandu, pelo campeonato que fez, pelos jogadores que tem, por todo o entorno que fez, o título ficou em boas mãos”, elogiou Chuteirinha. “Sabe quando você perde, mas fica aquele gostinho de vitória? Esta é a sensação no Atlântico. O Atlântico fez uma campanha muito boa, pelo time ter sido montado às pressas. Falei para eles na semifinal que a gente seria o penetra da festa, e fomos de bicão para a festa grande, que foi a final. Foi uma campanha bacana, uma união muito forte, sem muito recurso, mas com muita vontade da diretoria, que não nos deixou faltar nada”, refletiu o jogador, apontando que a final estava “desenhada” para reunir Paissandu e Eldorado, e o Atlântico quebrou essa previsão, eliminando o time do Jardim Eldorado na semifinal.
Chuteirinha lembrou que estava afastado do futebol há dois anos e que não “colaborou tanto quanto gostaria” com a equipe, porque não estava na melhor forma física, mas que em 2020 tem mais Atlântico em campo brigando pelo título palhocense. “Vamos vir fortes para o ano que vem e vamos vir para sermos campeões”, projeta. “No meu modo de ver, está de parabéns o grupo, a comissão técnica, a diretoria, porque quase ninguém sabe: a gente teve que montar o elenco em três semanas para começar o campeonato”, refletiu o técnico Adailton, lembrando que, quando foi convidado a comandar o elenco, o planejamento foi feito para dois anos. “Foi bem satisfatório, a torcida adorou, o pessoal mais antigo do clube elogiou bastante. Conseguimos reverter dois resultados na semifinal, mostrando que o time tem bastante garra e muita qualidade. Agora vamos começar a trabalhar para reforçar para o ano que vem”, destacou o treinador.
Um fator importante a destacar nesta final de campeonato foi a decisão de realizar os jogos nas casas dos finalistas - antes, as finais eram disputadas no Estádio Renato Silveira, do Guarani, que tem uma estrutura maior. “O fato das finais terem sido nos nossos campos foi o diferencial este ano. Foram dois jogos com bom público e sem nenhum problema dentro e fora de campo, essa ideia tem que continuar”, pediu o presidente do Atlântico, Murilo Moreira.