Foi o patriotismo que definiu a história do clube mais querido da sociedade palhocense. O Clube 7 de Setembro tinha outro nome de batismo, quando nasceu, em 14 de dezembro de 1913: era chamado de Clube 1º de Janeiro. Em 18 de agosto de 1918, doutor Remigio de Oliveira (então presidente) “apelou aos sentimentos patrióticos dos ilustres sócios” (conforme consta em ata da época) e fez um pedido para que a sociedade passasse a se chamar Clube 7 de Setembro, em homenagem à data da nossa independência. Desde então, o 7 de setembro passou a ser a data de referência para as comemorações de aniversário do clube, que em 2020 completa 107 anos de atividade.
A primeira diretoria foi formada por João Febrônio de Oliveira (presidente), Florêncio Thiago da Costa (vice-presidente), Henrique Estefano Koerich (tesoureiro), Aniceto Zacchi (vice-tesoureiro), Guilherme Wiethorn Filho (secretário) e Álvaro Soares de Oliveira (procurador). O clube funcionou por muitos anos no antigo prédio do teatro municipal, na Praça Sete de Setembro. A atual sede foi construída em 1972, e em 2002 foram inauguradas 20 salas no andar térreo, conhecidas como Shopping 7.
Durante toda a sua trajetória, o clube social sempre proporcionou alegria, diversão e entretenimento à comunidade de Palhoça. "Aqui está registrada a história de muitos casamentos, batizados... As festas dos palhocenses eram comemoradas aqui, inclusive a vida política do município, porque as apurações de muitas eleições foram feitas aqui dentro, lançamentos de campanhas também, então, o clube sempre atendeu, de uma forma geral, a comunidade palhocense", relembra o atual presidente, Amaro Junior.
Todos os anos, um calendário de eventos é programado. Tudo começa com o Carnaval, depois vêm o Baile das Mães, o Baile Junino, o Baile dos Pais, o Baile Branco (que, historicamente, é realizado em setembro, aliando o Baile de Debutantes e a comemoração pelo aniversário do clube) e o baile de encerramento do ano.
Neste ano, o Carnaval foi um sucesso retumbante. Começou com um grande evento, em parceria entre o Serc Guarani (que celebrava 92 anos de fundação) e a Escola de Samba Nação Guarani. O lucro foi revertido para a escola de samba, para viabilizar o desfile na Passarela Nego Quirido, no concorrido Carnaval da Grande Florianópolis. Foi um evento muito prestigiado, e que serviu de lançamento para o Carnaval da segunda-feira, o tradicional Baile Verde e Branco, que neste ano passou a se chamar Arreia o Copo no 7, em função de uma parceria com o tradicional bloco carnavalesco do Centro de Palhoça.
O baile foi um sucesso. As camisetas foram vendidas antecipadamente – quem deixou para a última hora acabou perdendo a festa. "O Carnaval deste ano voltou a dar lucro, fazia algum tempo que isso não acontecia", comemora Amaro Junior.
A expectativa era a de repetir o sucesso nos outros eventos do ano. O Baile das Mães, por exemplo, seria realizado em parceria com o Paissandu, clube de futebol tradicional do Aririú, e já tinha ingressos vendidos, mas a festa precisou ser transferida para o ano que vem, em função das medidas restritivas impostas pelas autoridades em função da pandemia da Covid-19. “Nossa intenção era chamar mais parceiros este ano, para viabilizar os eventos do clube e para que a gente tivesse sempre casa cheia”, explica o presidente. “Hoje, o clube atende os sócios e um condomínio de lojas, o que deixa o clube autossuficiente, deu equilíbrio financeiro, mas o objetivo principal é fazer os eventos para a sociedade palhocense”, acrescenta.
Como os eventos entraram em compasso de espera, não foi possível realizar o Baile Branco, que neste ano comemoraria o aniversário do clube e resgataria o Baile de Debutantes. A direção aproveitou a paralisação dos eventos para investir na estrutura da sede, localizada na rua Coronel Bernardino Machado. “Neste período da pandemia, aproveitamos para investir um pouco no patrimônio e dar uma cara nova ao clube. Tínhamos um grande problema, que era o da acessibilidade. As pessoas mais idosas ou que dependem de cadeira de rodas, pessoas com dificuldade de mobilidade, tinham dificuldade para acessar o salão principal, então, a gente resolveu, com a aprovação do Conselho do clube, instalar um elevador”, revela Amaro Junior.
A obra de instalação do elevador já está em fase de finalização. A diretoria também instalou um banheiro com acessibilidade para pessoas com dificuldade de locomoção, reformou o banheiro feminino e promoveu adequações nas áreas do bar e da cozinha. O hall de entrada também foi modificado. Tudo para deixar o Clube 7 de Setembro preparado para voltar a receber os eventos da sociedade palhocense, assim que a pandemia passar.
O baile de encerramento do ano, por exemplo, ainda não foi descartado - a banda Zawajus, que vai animar a festa, já está contratada. Outros eventos também estão listados no horizonte de possibilidades, seja aqueles organizados pelo próprio clube e seus parceiros, seja na locação do espaço (agora, quem aluga o clube pode utilizar o salão de festas e pode explorar os serviços de bar e cozinha). "Barateou muito e simplificou muito", diz o presidente.
Mas tudo isso só será retomado quando for seguro para os frequentadores, longe da ameaça do novo coronavírus. A agremiação centenária já enfrentou as crises do passado e seguiu firme em sua trajetória, e é esta solidez que permite sonhar com um futuro tão brilhante quanto a trajetória do Clube 7 de Setembro nesses 107 anos de história.
Diretoria
Presidente: Amaro Junior
Vice-presidente: Alfredo Pedro Dias Júnior
Diretor Tesoureiro: Gerd Lange Filho
Diretor de Patrimônio: Lindolfo de Abreu
Diretora Secretária: Elizângela Veber
Conselho deliberativo
Marcelo Omar Zaffi (presidente)
Antonio Nazareno Zacchi (vice-presidente)
Antonio Alecio Pereira (secretario)
Alan Haeming Zacchi
Alecio Beline Pereira
Amadeu Jacob Scheidt
Amilton Silvio Zacchi
Edegar Amorim
João Santos de Medeiros
José João da Rosa
Lino Davi Weiss
Lucio Flavio de Oliveira
Rogerio Zacchi