O Observatório Social do Brasil-Palhoça reuniu a comunidade acadêmica e interessados da sociedade civil para o evento de lançamento do projeto “De Olho na Obra”, na última quinta-feira (8), na Unisul, na Pedra Branca. A universidade será parceira do projeto, que pretende utilizar a metodologia Building Information Modelling (BIM; em português, Modelagem da Informação da Construção) e tecnologia LaserScanner para fiscalizar obras públicas em Palhoça.
A Unisul fará parte da segunda etapa do projeto. A primeira fase foi o escaneamento da obra da creche Roda Viva, no São Sebastião, no dia 4 de julho, e a criação de um modelo 3D da obra - o que possibilita a comparação do projeto licitado com o modelo criado através de uma nuvem de pontos (gerada com a utilização do LaserScanner) e detectar possíveis falhas na execução. O segundo passo é descrever a metodologia acadêmica para que o projeto seja replicado em outras universidades, possibilitando a centenas de alunos conhecerem o método BIM e o seu funcionamento.
De acordo com o professor Oscar Ciro Lopez, coordenador do curso de Engenharia Civil do campus Grande Florianópolis, o engajamento dos profissionais e o emprego de modernas tecnologias contribuirão com a fiscalização para o bom uso dos recursos públicos. “Certamente, ações desse tipo tendem a impactar a comunidade onde a Unisul está inserida. O espaço propiciado pelo Observatório Social, como ambiente de aprendizagem, representa uma importante contribuição para a formação da consciência social e cidadã do futuro profissional de engenharia, além do próprio projeto proporcionar um espaço natural para a exploração técnico-científica das novas tecnologias”, contextualiza.
No evento de quinta-feira (8), o diretor do campus, Zacaria Alexandre Nassar, disse que a Unisul “tem uma preocupação muito grande com a resolução dos problemas da sociedade onde ela está inserida” e que a parceria com o Observatório Social trará “ampla possibilidade de vivência prática para alunos da graduação e da pós-graduação”.
O presidente do Observatório Social do Brasil-Palhoça, Anderson Silveira, explicou aos presentes os objetivos da entidade, que tem a intenção de monitorar a atividade do Executivo (tanto na execução das obras públicas quanto na análise das licitações lançadas) e do Legislativo (recente pesquisa feita pelo observatório revelou que 99,45% das atividades dos vereadores palhocenses são de baixo impacto, ou seja, impactam menos de 20% da população). Para Anderson, a utilização da metodologia BIM vai trazer inovação tanto para a academia quanto para a comunidade de Palhoça. “A ideia é replicar esse projeto em nível nacional através dos outros observatórios do país. É a construção de uma metodologia, passo a passo”, projetou.
Anderson observou que a atuação da entidade já teve resultados práticos (só na Prefeitura de Palhoça, a economia gerada por ação do observatório ultrapassa os R$ 26 milhões). “É um trabalho voluntário e apartidário, nós não temos vinculação política, não podemos ter associação com partido algum para estar dentro do Observatório, isso é uma premissa nacional”, atestou.
A engenheira Késia Alves da Silva, voluntária do Observatório Social do Brasil-Palhoça, comentou que, com o projeto “De Olho na Obra”, “teremos obras com mais qualidade e menos desperdício”. Késia detalhou toda a “trajetória” do projeto, desde as primeiras trocas de ideias até a formatação do plano organizacional. Uma trajetória que contou com o apoio importante do diretor de Inovação e Padronização da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina, Rafael Fernandes. O engenheiro também recebeu a missão de coordenar o grupo de trabalho de estudo e implantação do BIM no governo do estado de Santa Catarina, o primeiro do país a montar um edital de licitação em BIM - projeto de um instituto de cardiologia, com 35 mil metros quadrados, em 2013. “Nosso objetivo é entregar para a sociedade um bom produto, com bom uso do recurso público”, argumentou Rafael.
O engenheiro revelou que, em 2014, o governo do estado projetou uma meta ousada: a partir de 2018, todos os projetos contratados seriam em BIM. A meta não foi plenamente atingida, mas poderia ser. “Hoje, estamos preparados para licitar todos os projetos em BIM”, garante.
Rafael também lembrou, no evento, que em maio do ano passado o governo federal instituiu a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling, através do decreto 9.377. Não por acaso, o decreto foi assinado em Florianópolis, já que Santa Catarina é referência nacional. “Isso nos colocou em uma posição de vanguarda”, comemora Rafael.
A mesma vanguarda pretendida pelo Observatório Social Brasil-Palhoça, com a proposta de utilização do BIM na fiscalização de obras públicas. “Quando a gente consegue colocar uma obra, um projeto de qualidade para licitar, ou quando a gente consegue resolver um problema que impacta na vida da sociedade, é algo muito gratificante”, celebrou Késia.
Prêmio nacional
O Observatório Social do Brasil-Palhoça concorre ao Prêmio OSB de Boas Práticas com o projeto “De Olho na Obra”
O mais votado através das redes sociais será o vencedor
Vote no projeto que nasceu em Palhoça, assistindo ao vídeo e curtindo (youtu.be/41LrxNnLSW0); ou acessando a página do observatório nas redes sociais
A votação encerra no dia 28
Clique aqui e participe da votação!