O diretor-superintendente da Autopista Litoral Sul, André Bianchi, informou que a concessionária prevê iniciar em janeiro de 2019 as obras do “trecho sul A” do Contorno Viário, que englobam três túneis duplos e viadutos. Esse pacote está calculado em R$ 1,6 bilhão. Ele apresentou um balanço do andamento das obras em reunião do Fórum Parlamentar Catarinense, realizada na segunda-feira (17), na Fiesc. Segundo ele, está mantido o prazo de entrega da obra completa para 2021. “O compromisso e o cronograma estão mantidos para dezembro de 2021”, garantiu. Bianchi também disse que boa parte das desapropriações está resolvida, mas ainda há pendências.
Na reunião, o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Mário Rodrigues Júnior, ressaltou que é um cronograma apertado, mas garantiu que é possível cumprir o prazo. “É um desafio, mas vamos fazer essa obra em três anos”, afirmou. A ANTT destacou ainda que para manter o equilíbrio econômico e financeiro do contrato, há possibilidade de aumento extraordinário da tarifa de pedágio, estimado em R$ 0,40 em 2020, quando as obras dos túneis estarão em andamento.
“Sem sombra de dúvida, essa discussão sobre o Contorno é extremamente importante, mas também chamo a atenção para a importância de se discutir outros contornos ao longo BR-101”, afirmou o presidente da Fiesc, Mario Cezar de Aguiar. Ele também colocou à disposição o consultor da Fiesc, o engenheiro Ricardo Saporiti, para acompanhar o cronograma e sugeriu que as informações sejam colocadas no Sistema Monitora Fiesc para conhecimento da sociedade. “Coloco nossa estrutura técnica à disposição. As desapropriações, aprovações de projetos e licenciamentos são importantes para que a empresa possa executar o cronograma. Deve ter uma conjunção de forças muito forte para que possamos ter realmente concluída essa obra em 2021”, declarou.
O presidente da Fiesc salientou ainda que existe uma classificação de serviço norte-americana para rodovias que vai de A até F, sendo A o melhor serviço e F o pior. “Na nossa rodovia BR-101, em vários trechos e horários a classificação é F. O estado está se litoralizando e nossos portos são uma plataforma logística para o Brasil, com a movimentação de cerca de 20% dos contêineres do país. Então, há que se discutir o Contorno da Grande Florianópolis e a BR-101 como um todo”, propôs.
Aguiar também entregou a representantes do Fórum Parlamentar a Agenda da Indústria para Infraestrutura, documento que mostra que Santa Catarina demanda R$ 3,9 bilhões por ano para manter e ampliar a infraestrutura de transporte nos modais rodoviário (R$ 2,85 bilhões), ferroviário (R$ 626 milhões), aeroviário (R$ 61,1 milhões) e aquaviário (R$ 342,6 milhões). “A Fiesc tem uma preocupação forte com relação à infraestrutura, que afeta o desenvolvimento da nossa indústria e do nosso estado. Temos uma pesquisa que nos mostra que o componente transporte tem uma participação importante na composição do custo das empresas”, completou.
“Todos já sabemos do tempo de espera para a conclusão das obras do Contorno, com atraso de praticamente 10 anos em relação ao primeiro cronograma”, disse a presidente do Fórum, a deputada Carmen Zanotto. Os deputados federais Jorginho Mello e Esperidião Amin ressaltaram que a obra está com o cronograma apertado e pela complexidade na execução podem surgir atrasos. Por isso, sugeriram que a ANTT e a Autopista Litoral Sul apresentem mensalmente um cronograma de execução.