O mês mais mortal da pandemia
Com número impressionante de mortes por Covid-19, março foi um mês triste para os palhocenses. Com ou sem restrições, o momento exige a colaboração de toda a sociedade
Por: Willian Schutz*
Os gráficos ilustram uma realidade constantemente relatada: os números da pandemia de Covid-19 seguem crescendo cada vez mais. O mais recente boletim epidemiológico de Palhoça, divulgado na quarta-feira (17), registrou 180 mortes e 17.773 casos da doença no município. No início da semana, novas medidas para a Grande Florianópolis foram decretadas. No entanto, a reação tem sido diversificada.
Muitas narrativas circulam em torno do mesmo assunto: o combate ao novo coronavírus e suas variantes. Na última segunda-feira (15), prefeitos que compõem a Associação dos Municípios da Grande Florianópolis (GranFpolis) definiram, de forma conjunta, novas restrições, com validade até 23 de março.
Entre as medidas tomadas, está o fechamento de atividades não essenciais das 18h às 6h. Enquanto for permitida a atividade comercial, os estabelecimentos precisam respeitar o limite de 25% de sua capacidade de ocupação.
Outra determinação significativa foi a da suspensão das aulas presencias. Mas a medida não durou muito. Isso porque o juiz Marcos D’Avila Scherer, da Vara da Infância e da Juventude de Palhoça, concedeu liminar em ação civil pública do Ministério Público de Santa Catarina, determinando “o retorno às aulas presenciais em todas as instituições de ensino público e privado, estaduais e municipais, que ofertam educação básica e que tenham Plano de Contingência Escolar aprovados”. As escolas, portanto, estarão de portas abertas em Palhoça nesta quinta-feira (18).
À exceção da questão das aulas presenciais, as demais determinações do Decreto 2.793, publicado na segunda-feira (15), seguem valendo.
Manifestações contra o fechamento
Na última terça-feira (16), ocorreu um “panelaço” nas proximidades da Prefeitura. Os manifestantes pediram para que fosse revista a decisão de fechamento do comércio e demais atividades não essenciais às 18h.
Eduardo Sávio, proprietário de uma academia e um dos organizadores da manifestação, fala sobre os motivos que levaram ao protesto em frente à Prefeitura: “A solução não é fechar tudo mais cedo. Se fizer isso, mais pessoas vão no mesmo horário para os estabelecimentos. Se deixassem os comerciantes abrirem, poderíamos receber a todos sem aglomeração, mas limitando a capacidade de pessoas por vez”.
O organizador estimou que cerca de 140 pessoas se manifestaram, no ato de terça-feira. Durante a ação, muitas pessoas repetiam o grito: “Queremos trabalhar”.
Outra manifestação realizada por comerciantes e pessoas contrárias ao que é determinado pelo Decreto 2.793 deve acontecer nesta quinta-feira (18).
Coes se reúne
O Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes) se reuniu nesta quarta-feira (17) para analisar o decreto e a tão debatida possibilidade de lockdown. O secretário estadual de Saúde, André Motta Ribeiro, afirmou ser contra o fechamento total. Também foi ressaltado que não haverá lockdown durante este final de semana.
Os números da Covid-19 em Palhoça
O boletim epidemiológico que atualiza os números da Covid-19 traz, nesta quarta-feira (17), a informação de que 180 moradores de Palhoça já faleceram por conta da doença.
O número de mortes registrado em março impressiona: foram 48 óbitos somente nas últimas três semanas – o mesmo número de mortes confirmadas nos cinco primeiros meses da pandemia, por exemplo. Em 76 dias de 2021, 74 pessoas perderam a vida em função de complicações provocadas pelo novo coronavírus; contra 104 mortes nos primeiros nove meses de pandemia.
O município já registrou 17.773 casos confirmados de Covid-19; 16.241 são de pessoas que já se recuperaram; outros 1.352 pacientes ainda estão sendo acompanhados pela Secretaria de Saúde.
Vacinação
A Secretaria de Saúde de Palhoça iniciará nesta quinta-feira (18) a vacinação contra a Covid-19 para idosos a partir de 75 anos. A imunização será realizada pelo sistema drive-thru, na Estação Palhoça, localizada na Ponte do Imaruim. O horário de atendimento será das 9h às 16h.
É importante lembrar que, para receber a primeira dose da vacina, os idosos devem apresentar comprovante de residência, documento com foto, CPF e o Cartão Nacional de Saúde.
Já os idosos que irão tomar a segunda dose devem apresentar o comprovante de aplicação da primeira dose e um documento com foto.
Para os idosos que se encontram acamados, é necessário que os familiares entrem em contato com a unidade básica de saúde de seu bairro para obter as informações necessárias para a imunização.
* Sob a supervisão de Alexandre Bonfim
As medidas do Decreto 2.793
Serviços essenciais que seguem abertos e sem restrições
Farmácias, hospitais e clínicas médicas
Serviços funerários
Serviços agropecuários, veterinários e de cuidados com animais em cativeiro
Assistência social e atendimento à população em estado de vulnerabilidade
Postos de combustíveis - vedada, em qualquer caso, a aglomeração de pessoas nos espaços de circulação e nas suas dependências
Espaços dedicados à alimentação ou à hospedagem de transportadores de cargas e de passageiros, situados em estradas e rodovias
Hotéis e similares
Atividades suspensas até as 6h do dia 23 de março
Eventos sociais e reuniões de qualquer natureza, inclusive na modalidade drive-in
Aglomeração de pessoas em qualquer ambiente, seja interno ou externo
Casas noturnas, shows e espetáculos
Congressos, palestras e seminários
Feiras, leilões, exposições e inaugurações
A concentração, a circulação e a permanência de pessoas em parques, praças e praias
O calendário de eventos esportivos organizados pela Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte)
A utilização de salões de festas e demais espaços de uso coletivo em condomínios e prédios privados
Serviços em formato delivery ou retirada no balcão podem funcionar até 23h59
Serviço de transporte público coletivo urbano municipal, transporte coletivo intermunicipal e interestadual, têm limite de ocupação de 50% por veículo
Supermercados, mercados, padarias, mercearias, peixarias e açougues, com funcionamento até as 22h, capacidade máxima de ocupação de 25% e uma pessoa por família
Igrejas e templos religiosos com funcionamento até as 22h e capacidade máxima de ocupação de 25%
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