Artilheiro do Estadual por dois anos consecutivos, em duas categorias diferentes, o atacante Brayan Krüger, de 16 anos, fecha a temporada como uma das jovens revelações que o Guarani de Palhoça apresenta ao mercado da bola.
"O Brayan tem um bom porte físico, cabeceia muito bem, pela idade que tem. No tiro de meta nosso, ele ganha dos zagueiros - fizemos um gol asism, de contragolpe, com ele dando uma casquinha na bola, ganhando dos zagueiros e o Moisés fez o gol. E também o bloqueio do tiro de meta do adversário, que ele ganha dos volantes. É um jogador que trabalha bem com as duas pernas, finaliza com a esquerda e com a direita", analisa o técnico Sérgio Ramirez.
Brayan nasceu em Teutônia (RS) e foi inscrito pelos pais em uma escolinha de futebol para "gastar energia" no contraturno escolar, porque era muito agitado, hiperativo. Ele foi garimpado pelo ex-técnico da base do clube Luis Carlos Cruz em uma etapa regional do Projeto Bom de Bola, maior competição escolar do país. "O Cruz me viu jogando e me convidou para jogar no Guarani. Eu não dei muita bola na hora, porque eu não conhecia, não conhecia Palhoça, falei que ia falar com meus pais", relembra Brayan. A conversa com os pais foi boa e em 2016, o garoto desembarcava no Estádio Renato Silveira. Brayan gostou do que encontrou. "É muito boa a estrutura, as tias, a comida, o alojamento é um dos melhores que eu já fiquei, é tudo muito bom", elogia.
Em 2017, Brayan foi artilheiro e o principal jogador do time sub-15, que conquistou o título da Série B do Campeonato Catarinense. Este ano, subiu para o sub-17 e já foi artilheiro novamente. Uma missão muito mais difícil, afinal, estava em seu primeiro ano de categoria e encarou a Série A do Estadual, onde o Bugre enfrentou os melhores times de base de Santa Catarina. Com 15 gols, terminou a temporada como artilheiro da competição, mesmo tendo entrado no time apenas na quarta rodada do campeonato e com o Guarani sendo eliminado nas quartas de final. "Acho que no campeonato eu fui bem, caímos fora nas quartas e ainda consegui ser artilheiro", comenta Brayan. "A gente não teve um meia que colocasse ele na cara do gol, aquele meia que pifa o centroavante, e pelos lados, os laterias não foram muito eficientes. Foram algumas jogadas individuais, algumas bolas que chegaram, ele dominou e colocou para dentro. Ele tem todas as características de um tipo de atacante que está em extinção no futebol brasileiro hoje, então estamos torcendo para que ele tenha um subsídio", complementa Ramirez.
O engraçado é que Brayan nem sempre foi atacante. No time da escola, costumava jogar no meio de campo. Foi Luis Carlos Cruz quem o posicionou no ataque. E ele gostou da mudança. Até seu ídolo no futebol é um atacante, o galês Gareth Bale, do Real Madrid, da Espanha. E não deve demorar muito para Brayan se misturar aos ídolos pelos gramados da bola. Propostas costumam aparecer no Renato Silveira, mas nenhuma, até agora, que seduzisse os investidores do clube a negociá-lo. Quem sabe, em breve! "Tenho intenção de seguir carreira no futebol, pretendo sair este ano e ir para um clube maior. É o meu ano, mesmo, de sub-17 e eu quero me destacar de novo e ser artilheiro na competição que eu jogar", projeta o jovem craque.