A pobreza e a fome fogem ao controle dos governantes e, nos próximos 30 anos, deverão nascer mais dois bilhões de pessoas, a maioria sem ter o que comer. A afirmação é do vencedor do prêmio Nobel da Paz (1995) Benny Dembitzer, durante a palestra que proferiu na manhã desta quarta-feira (18), durante a Semana da Pesquisa na Unisul, na Pedra Branca. “A capacidade do mundo de produzir alimentos está se esgotando, e serão necessários muitos milhões de quilômetros quadrados para se cultivar mais lavouras de alimentos”, refletiu.
Benny Dembitzer, que se tornou um parceiro em discussões científicas sobre a realidade mundial com equipes da Unisul, adverte para as contradições do mundo, “que pede ao Brasil para cuidar da Amazônia, mas que é incapaz de adotar medidas para proteger o nosso planeta das ameaças ambientais e do grave risco de ficar sem alimentos, inclusive a água”. “Atingimos o limite da hipocrisia, de acusar o Brasil de deixar queimar a Amazônia e, ao mesmo tempo, exigir-lhe maior produção de alimentos. É preciso frear o ímpeto dos que querem orientar o futuro do mundo sob a ótica de seus próprios interesses econômico-financeiros”, afirmou.
Benny Dembitzer destacou o trabalho de pesquisadores da Unisul, “que com a nossa participação em Cambrige, têm encontrado respostas aos desafios do mundo”. “É urgente encontrarmos soluções para o grave problema da escassez de alimentos e, ao mesmo tempo, protegermos o meio ambiente. E podem ser aplicadas as alternativas para se conciliar maior produtividade de alimentos com a proteção de nossas riquezas naturais”, concluiu.