Moradores do Jardim Eucalipto se reuniram na última quinta-feira (14), no Conselho Comunitário Vida Melhor, para reivindicar a execução de uma obra de escoamento da água da chuva, que ajude a minimizar as frequentes enchentes na região. Uma reivindicação antiga, até hoje sem solução.
Já na entrada do local da reunião, onde funciona a creche Vida Melhor, os moradores posicionaram faixas de protesto com frases como “Chega de promessas”, “30 anos de alagamentos, quando será o fim?”, “Saneamento básico, um direito de todos” e “Limpeza da vala até o mar”. Eles pretendem chamar um engenheiro para desenhar um projeto, primeiro passo para buscar recursos para viabilizar a obra.
Rosalino Ferreira, vice-presidente do Conselho Comunitário Vida Melhor, comparou a situação do rio Eucalipto, que corta o loteamento, com a de uma “artéria entupida”. Como o caminho do rio até o mar está assoreado, quando chove, a água encontra obstáculos e não consegue desaguar no oceano, provocando enchentes. “A gente já conseguiu alguns avanços com a Prefeitura. Foi feita a obra da rua Papa Paulo VI até a avenida Elza Luchi, e está faltando a obra da avenida Elza Luchi até o mar, para não dar mais essas cheias no bairro”, observa Rosalino.
De tempos em tempos, a Prefeitura realiza uma limpeza no local, até onde as máquinas conseguem chegar, mas menos de seis meses depois, o mato fecha novamente e o problema se repete. A ideia dos moradores é posicionar cortinas de concreto ao longo do leito do rio, impedindo que a vegetação cresça e feche a passagem da água até o mar. “A Prefeitura nos diz que não tem espaço, que o pessoal invadiu, e os moradores acham que tem espaço. Então nós pegamos uma trena e fomos lá medir e tem um vão de 10 metros que sobrou entre as casas. Se este vão estiver limpo, é tranquilo para a água passar sem dar enchente no bairro”, argumenta o vice-presidente da associação de moradores.
Presente na reunião, o vereador João Carlos Amândio (Bala, PSD) elogiou a iniciativa e lembrou que o Legislativo já fez vários pedidos ao Executivo para que essa obra fosse realizada. A Prefeitura foi representada no encontro pelo secretário de Infraestrutura, Eduardo Freccia. O secretário informou que um dos principais entraves para operações emergenciais naquela área é a questão das licenças ambientais. Freccia lembrou de um trabalho de desobstrução realizado cerca de 10 anos atrás, e que até hoje o município responde na Justiça, porque a ação foi considerada como um crime ambiental. “Estamos conseguindo provar que foi desassoreamento”, detalha.
Eduardo Freccia explicou aos moradores que a Prefeitura está fazendo um estudo para a realização de um projeto de macrodrenagem em toda a cidade. A análise inicial está identificando as áreas onde existem problemas de vazão de água. E o secretário informa que no início do ano foi assinado o contrato com a empresa que vai fazer os projetos para solucionar os problemas identificados. “Como é um projeto para o município todo, demanda tempo. Todas as áreas de alagamento foram mapeadas”, afirma.
Alguns dos pontos críticos são o Pagani, o Jardim Eldorado e a Ponte do Imaruim, perto da ponte sobre o rio Maruim, que faz a divisa com São José. E as situações mais graves foram identificadas no Caminho Novo e na região do Jardim Eucalipto. Por isso, os projetos resolutivos devem começar por esses dois pontos, que devem ser os primeiros a ter os pedidos de licenciamento ambiental encaminhados.