Três anos depois de apresentar aos fãs “Entre Acordes e Batidas”, seu último trabalho autoral, o músico e compositor palhocense Nathan Malagoli está lançando o sexto disco da carreira, “Essência”, com nove canções. “Estava na hora de botar umas músicas novas na rua. Galera cobrando, também, apesar de já ter cinco discos lançados”, relata. “Eu tava num dilema, porque hoje em dia ninguém mais lança um disco, a galera lança uma música e um clipe, uma música e um clipe. Então eu pensei comigo: como faz tempo que não gravo nada, vou lançar este disco agora e ano que vem, a cada dois meses, tô lançando uma música e um clipe”, acrescenta.
“Essência” foi produzido no estúdio que mantém na casa onde mora, na Ponte do Imaruim. Com um ouvido privilegiado, um equipamento que oferece infinitas possibilidades e uma intimidade produtiva com a tecnologia, Nathan tem a liberdade de criar. O músico argumenta que produz tudo sozinho, mas chega uma hora em que a cabeça “já não funciona mais” e o som começa a ficar “muito parecido”, então, é preciso oxigenar a produção, escalando um time de convidados mais do que especiais. “Foi feito aqui, bastante coisa, as únicas coisas que foram gravadas fora foram com Emerson ‘Tomate’, que é um cara sensacional do gospel lá de Itajaí. Dá raiva dele, porque o cara é mestre em batera, baixista, guitarrista, violão (um absurdo no violão) e ainda faz um backing vocal sensacional. O cara é sensacional, é um absurdo, então ele fez a diferença em algumas músicas”, elogia.
Na música “Dião” (expressão muito usada pelo pai, o músico Dodô Malagoli, como exclamação para dias bonitos: “Ô, dião!”), as guitarras ficaram a cargo de Bruno Freitas, “que é um monstro também”. “Ele acabou dando uns pitacos e trocando o tom todo, mudou bastante”, detalha. O primo Roberto Malagoli gravou o baixo em algumas faixas. “Algumas programações de bateria foram feitas aqui, outras o Nando Quadros gravou”, conta o músico.
Todas as contribuições são bem-vindas, desde que não se perca a essência. A filosofia de trabalho é: não é o mercado que define a música, e sim, a “impressão digital”. “Tem gente que vende a alma e não tá nem aí, eu não. Eu tento fugir disso, fazer com o meu jeito, com o meu gosto, não tô nem aí. Tanto que o nome do meu disco se chama Essência, vamos manter a essência, tá faltando essência no mercado, tanto na vida quanto no mercado musical. E o Brasil tá passando por uma fase complicada. É muita variedade no mercado musical e o que tá vendendo muito é música ruim”, lamenta.
Uma das músicas com potencial para cair imediatamente no gosto dos fãs é “Nosso Começo”. A ideia inicial era produzir a canção apenas com voz e violão, mas os “palpites” do parceiro Emerson “Tomate” foram certeiros. “Música tem dessas coisas, né, às vezes tu quer uma coisa e de repente toma outro rumo. É um processo gostoso”, avalia. A canção foi composta há seis anos, mas só agora encontrou sua “essência”. “Eu tinha essa música esse tempo todo, mas eu não tinha um arranjo que eu realmente queria”, explica. “Agora, a música ficou tema de novela, dá pra mandar pra Globo”, comemora Nathan.
Futuramente, o palhocense também cogita a possibilidade de lançar um DVD, reunindo as principais canções dos seis álbuns da carreira. Até lá, muita novidade ainda será apresentada aos fãs.