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Músico de PH participa de concurso internacional

Assista ao clipe de "Horizonte Curvo" e vote em Patrick do Prado

741b905a456f8e87f2ce0c91582a2686.jpg Foto: LETICIA CORREA/DIVULGAÇÃO

O compositor Patrick do Prado, que mora no Bela Vista, está participando de um concurso que vai escolher um representante brasileiro para participar do festival NOS Alive em Portugal. O concurso EDP Live Bands Brasil 2018 é patrocinado pela agência no Brasil da Energias de Portugal (EDP), a companhia de energia elétrica portuguesa, e tem como missão “ajudar a sua banda a dar o salto da garagem para o palco de um dos maiores festivais de música da Europa”.

O concurso já está na 3ª edição, e vai selecionar artistas com performance no estilo rock ou pop rock. O concurso é um sucesso em Portugal e chegou ao Brasil em 2016, contabilizando mais de 2.900 bandas inscritas em todo território brasileiro. Todas as bandas selecionadas para a final do concurso participam de um workshop com especialistas renomados na indústria musical. Patrick do Prado espera estar entre eles. E o vencedor do EDP Live Bands Brasil ainda terá a oportunidade de gravar um máster de um CD produzido pela Sony Music Entertainment Ltda.

Patrick conta que descobriu o concurso “muito aleatoriamente; coisas do universo”. Ele resolveu inscrever a música “Horizonte Curvo”, mesmo porque era a única que ele já havia lançado profissionalmente. O single foi divulgado em junho do ano passado. No aplicativo Spotify, “Horizonte Curvo” entrou em uma playlist junto com Oswaldo Montenegro e Nando Reis. “Foi meu mês de popularidade. Meu acessos foram altíssimos naquele mês do lançamento. Depois, como eu não tinha mais músicas pro pessoa ouvir, acabou diminuindo”, relembra.

A primeira etapa é por votação popular (acesse o link edplivebandsbrasil.edp.com/banda/patrick-do-prado e vote no músico de Palhoça). Dessa votação, que vai até o dia 1º de abril, serão selecionados 36 artistas no Brasil. Aí vem uma segunda etapa, via júri, e uma terceira, também diante da avaliação dos jurados, quando será definido o ganhador do concurso.

“Horizonte Curvo” tem uma base de guitarra, meio rock, meio blues, meio folk. Você pode achar que tem outros instrumentistas tocando ao mesmo tempo, mas não, é só ele, ao melhor estilo “one-man band”. “O horizonte curvo nos meus olhos justifica a minha vida torta”, é a frase de abertura. A letra trabalha muito bem o jogo de palavras, uma característica do compositor, que também é autor de poesias. Aliás, o próximo projeto deve envolver também as poesias. Patrick pretende gravar um EP com três músicas, e lançá-lo junto com um livro de poesias. A obra vai se chamar “Tênue”. “As músicas e os poemas são muito relacionados ao amor e à fragilidade e ao mesmo tempo à força que o amor tem”, justifica. “Faz muito tempo que eu tenho poema na gaveta. Fui fazendo e quando vi já tem um monte. Pensei: está na hora de eu me aceitar também como poeta”, reflete o artista.

É possível, até, que o EP tenha uma poesia declamada, com fundo musical. Patrick vem testando a ideia em shows, como o do aniversário de São José, na Feira da Freguesia. Ainda tem tempo para definir se vai realmente levar a proposta adiante ou não. Mas as três músicas de “Tênue” já estão escolhidas, entre as mais de 30 canções do seu repertório de composições autorais.

A primeira é “Asfalto Quente”, música que ele costuma tocar nos shows e tem bom retorno do público. A canção fala de situações que ele observou em uma viagem ao Rio de Janeiro, quando viu muitas pessoas trabalhando nas ruas e resolveu falar sobre os “trabalhadores do asfalto”. “O asfalto quente queima meu corpo e o suor se mistura com as lágrimas no meu rosto”, traz a letra. “Porque tem muito sofrimento e as pessoas não enxergam”, pondera.

A próxima se chama “Mesa Rústica”, uma música de amor, que fala sobre a relação cotidiana de um casal e tem um tom de poesia do dia a dia: “Veja que bonito que é, olhar teu rosto através da xícara de café”. O EP vai finalizar com “Faroeste do Pampa”, uma referência às origens. Patrick veio da fronteira com o Uruguai, e a música retrata um pouco a sua adolescência. “Era um guri novo, perdido, só não queria estar ali”, canta, na música, que tem um jeitinho de milonga, um estilo musical muito apreciado no Rio Grande do Sul e que ele “ouviu a vida inteira”. “As pessoas ouvem e dizem que é música de filme, porque tem uma pegada instrumental assim de faroeste, mesmo”, observa.

Patrick já gravou alguns instrumentos em estúdio, outros estão a caminho. “Minha visão é levar o lado artístico no CD. No show é diferente, toco sozinho e levo mais o lado poético e visceral. Acaba virando uma apresentação artística, acabo me envolvendo no palco e as pessoas se envolvem também, é mais uma performance”, diferencia. Ele avalia que sua trajetória musical está “se encaminhando” para uma mistura de Arnaldo Antunes com Vitor Ramil e Damien Rice. Uma apresentação performática, que transcende a música. “O Damien Rice é um cara que toca sozinho, que faz uma apresentação extremamente artística. É um cara que eu admiro por causa do feeling artístico de apresentação. Tento seguir uma linha em que as pessoas se envolvam também. Como sou sozinho, a única forma de eu ter corpo é realmente me jogando, não posso me encolher, não faz parte do meu estilo”, defende o músico, de 28 anos e que desde 2015 mora em Palhoça.

 

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