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Moradores reclamam de obra no Laranjeiras

Prefeitura está instalando tubulação em uma vala

101d64e92a65f807a8c9b379066fcbdd.JPG Foto: NORBERTO MACHADO

Uma obra da Prefeitura para a colocação de canos em uma vala que corta diversas ruas no loteamento Laranjeiras tem incomodado os moradores locais. “É uma nojeira, isto aí”, aponta a professora Cristiane Oliveira Rosa, que mora bem ao lado da vala, na rua Nove de Julho.

Quando a equipe de reportagem chegou ao local para conferir a situação, um rato saiu em disparada de dentro da tubulação e embrenhou-se na vegetação que margeia a vala. Moradores contam que a passagem de água existe há anos, mas a situação piorou depois do início das obras, há cerca de três meses. “Eu passo um trabalho aqui, com mosca, rato, cobra, pernilongo, mau cheiro”, conta a professora, que mora no local há 31 anos. Cristiane relata que uma vizinha já pegou leptospirose, doença infecciosa causada por uma bactéria presente na urina de ratos e outros animais. Conforme outros moradores iam se aproximando, a lista de animais vai se ampliando: falou-se até em lagarto e jacaré. E todos foram unânimes em apontar que a situação ficou ainda mais crítica depois do início das obras. “Às cinco horas, tu tem que fechar a casa, porque com a quantidade de pernilongo que vem, tu não consegue dormir”, afirmou outro morador.

Por enquanto, o que dá para perceber é que sob as ruas (não só na Nove de Julho, mas na paralela Diogo de Botelho também) estão sendo posicionados blocos - os moradores contam que cada bloco possui 20 canos, emendados. No restante da vala, nada. Nem limpeza foi feita. Aliás, segundo os moradores, raras foram as vezes em que a Prefeitura promoveu a limpeza do local.

Esta é uma das principais reclamações, com relação à limpeza: não seria mais fácil limpar primeiro para depois implantar a tubulação? “Não adianta ficar colocando tubulação se nunca fazem a limpeza”, ponderou outro morador.

Outra questão apontada pela população local é com relação a uma elevação que foi feita na rua para o encaixe da tubulação. Por que não foi feito um aterro para acomodar os canos de forma que aquele trecho ficasse nivelado com todo o restante da via? Sem contar que não teve cano suficiente para cobrir a largura da rua. Assim, onde antes passavam dois carros, agora passa apenas um (os moradores esperam que a situação seja apenas temporária). E entre os canos e os muros da casa, há um espaço aberto, porque a tubulação não ficou alinhada aos limites dos imóveis vizinhos. Ou seja: há um vão de cerca de dois metros de um lado e outro de cerca de quatro metros do outro lado da rua; quem vier caminhando pela calçada distraído pode ir parar dentro da vala. Anos atrás, os moradores contam que uma criança morreu afogada ali, e eles temem que uma nova tragédia possa vir a acontecer. “Isso aqui vai ficar quanto tempo aberto?”, perguntou outro morador, referindo-se ao espaço da calçada.

Esse morador, que mora há mais de 20 anos em uma casa na rua Nove de Julho, lamenta que ao abrir espaço para o posicionamento dos canos, a equipe que toca a obra destruiu a calçada que havia ali e as lajotas foram jogadas em seu terreno. E continuam jogadas. “Estava tudo arrumadinho, direitinho. Aí vieram e olha só do jeito que deixaram, que perigo para as crianças”, lamenta o morador, que havia desembolsado o próprio dinheiro para arrumar a calçada.

Os moradores contam que levaram a questão até o Ministério Público. Para eles, o que deveria ser a realização de um sonho, com a colocação de uma tubulação que abrigasse toda a extensão da vala, virou um pesadelo. “No dia em que eles chegaram aqui com os tubos, eu fiquei tão feliz, porque imaginei que iriam tubular tudo. Aí vieram para cá e estragaram tudo”, lamenta Cristiane, que chegou, até, a fazer planos para o futuro. Caso a vala fosse totalmente envolvida pelo encanamento, ela iria propor que se fizesse um passadiço sobre os canos, com um calçadão e uma horta comunitária ao centro.

O Palhocense entrou em contato com a Prefeitura solicitando explicações aos moradores, mas nenhuma resposta havia sido encaminhada até o fechamento desta edição.



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Créditos: NORBERTO MACHADO NORBERTO MACHADO
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