O piloto de bicicross radicado em Palhoça Marco Aurélio “Tocha” já está em São Paulo, onde busca mais uma medalha internacional para rechear a galeria de conquistas. Tocha encara o Campeonato Pan-Americano de BMX neste sábado (25) e domingo (26), em Americana (SP).
Já é a sétima participação do experiente piloto, que está prestes a completar 42 anos, em um Pan-Americano. Em todas as seis participações anteriores, Tocha garantiu lugar na bateria final, conquistando duas medalhas de prata e duas de bronze. “Vamos ver se agora vem a dourada, estou caçando ela. Em 2017, eu tive a chance na Argentina, mas infelizmente dei uma errada numa rampa e acabei ficando para trás e terminei a prova em quarto lugar”, relembra o piloto. “Este ano tem tudo para ser diferente. Acho que é o Pan-Americano que eu estou mais tranquilo”, avalia.
Às vésperas da competição, Tocha exibe a confiança de sempre, mas admite que vai ser uma prova difícil. Ele corre na categoria master, destinada a competidores acima de 30 anos de idade. Ou seja, pode competir com atletas mais de uma década mais jovens do que ele. “Tem atletas inscritos na minha categoria que correram até o ano passado na elite, que é a principal categoria”, explica. Diante da juventude dos rivais, ele conta com a técnica e a experiência de quase 30 anos nas pistas. “Todo mundo que está ali está arriscado a ganhar a corrida. Às vezes, pelo fato de ser mais difícil, a gente corre ali pelas beiradas e vai que sobre uma beiradinha ali, vai que alguém erre, como eu errei na Argentina?”, projeta.
Apesar de não ter treinado nem competido tanto quanto gostaria neste início de temporada (correu a primeira etapa do Brasileiro e fez algumas etapas do Estadual), Tocha assegura que está preparado e vai em busca de um resultado de destaque em Americana (SP). “Estou em um momento legal, a cabeça está boa, conheço bem a pista, então estou com a expectativa de fazer um ótimo campeonato”, comenta.
Sobre a pista de Americana, só elogios: “A pista é de primeiro mundo. Fizeram um tratamento de impermeabilização, como tem nos Estados Unidos. Tu olha e parece asfalto, mas não é, é pista de terra. Então, a pista é fantástica, tu não imagina que seja no Brasil uma pista daquele nível”.
A pista é condizente com as proporções do evento. O Pan-Americano de Americana vai receber mais de mil atletas de 13 países. O piloto radicado em Palhoça avalia que esta será a maior competição dentro do país este ano. A última vez que ele lembra de ter visto um Pan-Americano sediado no Brasil foi em 2008, e ele ficou de fora naquela ocasião. “Eu não participei naquele ano, porque estava com a clavícula quebrada, mas este ano eu estarei lá, e se os caras bobearem, eu atocho eles”, brinca Tocha.
Depois do Pan-Americano, o piloto tem outras competições internacionais no horizonte. Ele já está classificado para o Mundial, que será disputado na Bélgica, em julho. O problema é encontrar patrocinador para financiar a empreitada. “Não sei se vai ser possível, está muito em cima e o euro está muito caro e ainda tem a passagem. Mandei projeto para o governo do estado, mas até agora ninguém me retornou, ainda não consegui falar diretamente com o governador”, lamenta.
Além do Mundial, Tocha ainda tem pela frente as outras duas competições que fecham o circuito latino de BMX: o Sul-Americano, no Chile, em outubro; e o Latino-Americano, na Bolívia, em novembro. Ele não participou da primeira etapa, que foi o Continental, no Equador, em fevereiro. O regulamento prevê que um atleta precisa participar de pelo menos três das quatro etapas do circuito para pontuar no ranking. Ou seja, se quiser concorrer ao título de “campeão das Américas”, ele terá que disputar o Pan de Americana e também as competições no Chile e na Bolívia. “Quem sabe posso finalizar o ano como o melhor atleta da América Latina? Não é impossível. Pelo menos entre os três melhores, eu tenho certeza de que vou estar na briga”, confia o piloto.