A visita oficial do secretário Nacional de Maricultura e Pesca, Jorge Seiff Júnior, marcou o fim da espera de mais de 10 anos dos maricultores da cidade de Palhoça com a entrega dos Certificados de Cessão de Uso dos Parques Aquícolas e a Licença Ambiental de todos os maricultores da cidade. Tudo isso só foi possível por causa do trabalho realizado pela Secretaria de Maricultura e Pesca de Palhoça, chefiada pelo secretário Flávio Martins, que organizou as outorgas e entrou em contato com cada um dos maricultores que estavam sem certificação. “Deu bastante trabalho, principalmente porque havia uma responsabilidade com essas pessoas, pois precisam do trabalho para viver. Fomos atrás de cada um deles e, felizmente, podemos dizer que conseguimos cumprir nosso objetivo”, esclareceu o secretário Flávio.
Em Palhoça são produzidos 65% dos mexilhões consumidos em todo o Brasil, o que coloca nosso município em patamar de destaque quando o assunto é maricultura. Parceira na fiscalização e aprimoramento da produção de mexilhões, a Epagri é parte importante no processo de fomento à maricultura, o que contribui para impulsionar a atividade na região. Por conta do êxito obtido com o trabalho realizado na pasta, o Secretário Nacional de Maricultura e Pesca elogiou a postura do Secretário Municipal e do Prefeito. “É importantíssimo ter à frente da pasta alguém com conhecimento de causa, alguém que saiba como lidar com os maricultores. É um trabalho muito bonito realizado em Palhoça, um dos poucos municípios do Brasil a ter uma Secretaria específica para tratar da Maricultura”, enfatizou Jorge Seiff Junior.
O evento que entregou os certificados aos 52 maricultores além da renovação da licença ambiental também teve a presença de representantes da Polícia Militar, Epagri, além dos representantes dos poderes legislativo e executivo de Palhoça. “É uma felicidade receber uma autoridade de Brasília, com a importância que tem Jorge Seiff Junior junto à presidência da República.” esclareceu o Prefeito de Palhoça, Eduardo Freccia. “O mar da nossa Palhoça nos traz uma prosperidade muito grande, isso faz com que a gente precise olhar cada vez mais para os trabalhadores do mar. Fico feliz em saber que estamos num bom caminho”, enfatizou o vice-prefeito de Palhoça, Amaro Junior.
Em dia, sem medo
Élio Seidel está há quase 30 anos no mar, apesar de ter nascido bem longe do litoral. “Eu sou natural de São Miguel do Oeste, mas vim com a família para cá no início dos anos 90. Estou no mar desde a época em que não tinha semente, quando tínhamos que buscar sementes no costão. Não tinha parentes na maricultura, minha família não gostava do mar. Eu comecei trabalhando numa criação de ostras, agora tenho meu próprio negócio”. A família Seidel agora é tradicional na maricultura de Palhoça, é responsável por cerca de 4 hectares do parque aquícola de Palhoça. “Eu sou responsável por uma área e meu filho toca a outra, eu tenho orgulho em dizer que sou um dos maricultores mais velhos da cidade ainda em atividade”. Agora com o certificado em mãos, ele e o filho estão com a situação regularizada para continuar o ofício que a família aprendeu. “Hoje tá tudo melhor, o certificado abre a possibilidade de crédito. Sem ajuda a gente não vai a lugar nenhum, graças a maricultura, também graças ao trabalho da secretaria, hoje está tudo melhor.”
José Manoel de Souza também é exemplo da continuidade da maricultura familiar, só que com detalhes diferentes. No caso de José, o pai e o avô ensinaram a prática da maricultura. “Pulou a geração do meu pai, que preferiu trabalhar com outra coisa, mas eu me sinto orgulhoso em poder continuar a tradição de família”. José levou a esposa e a neta para acompanharem a cerimônia de entrega dos certificados que autorizam os trabalhos nas áreas dos parques aquícolas. “É um momento importante e os funcionários, todo mundo envolvido, fez com que a gente se sentisse importante nessa hora. Queria que elas estivessem aqui para ver a conquista da família e para saber como é importante o trabalho da maricultura”.
Raulino de Souza Filho, conhecido entre os maricultores como Nino, trocou a boleia do caminhão pela lida com o mar. “Eu era caminhoneiro, mas queria achar um trabalho que não precisasse mais viajar. Foi quando resolvi me desafiar e entrar no mercado de ostras. Tive muita ajuda da Epagri, porque era um projeto novo para mim. Consegui trabalhar com ostras de 2002 até 2007, mas era difícil por causa das sementes escassas”. Depois de produzir ostras, Nino migrou para o marisco. Conseguiu uma autorização provisória para produção, que era renovada desde 2010. “A gente sempre fez tudo direitinho, mas sabíamos que aquilo que era provisório poderia gerar problema um dia. Agora, com o certificado em mãos, estamos seguros para trabalhar ainda mais. Agora está totalmente legalizado, pode tirar nota fiscal, guia de trânsito animal. Daqui pra frente vai melhorar para todos os maricultores. A Palhoça já é o maior produtor, imagina agora com as áreas todas regulamentadas? Vai melhorar muito mais", afirmou o maricultor.
O encontro com os maricultores para entrega dos documentos finalizou um dia de agendas que passou pela visitação de áreas produtoras de mexilhões nos parques aquícolas de Palhoça. “Receber uma autoridade nacional para vistoriar todos os nossos processos é sempre um orgulho e um compromisso importante, estamos felizes em saber que fazemos um belo trabalho em Palhoça”, afirmou o secretário de Maricultura e Pesca de Palhoça, Flávio Martins.
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