Depois de terminar o ano na liderança do ranking da Federação Catarinense de Jiu-Jitsu na categoria master até 85kg, o faixa preta Léo Augusto Loureiro traça a meta de disputar o Mundial nos Emirados Árabes Unidos, em 2019. Prestes a completar 47 anos, Léo segue competindo, liderando a equipe NS Loyal Brothers BJJ e servindo como um exemplo para seus alunos. “Não consigo ser igual a esses professores de jiu-jitsu que nunca lutam, é minha ideologia”, justifica.
Este ano, o faixa preta participou das cinco etapas do Catarinense e faturou cinco ouros. Entre as 14 medalhas conquistadas na temporada, teve um terceiro lugar no Brasileiro e uma prata no Florianópolis International Pro, evento que faz parte do circuito mundial da Federação de Jiu-Jitsu dos Emirados Árabes Unidos. “Para mim, é a medalha mais importante”, observa Léo, que foi prata na categoria adulto, até 94kg, perdendo apenas para o jovem polonês Gerard Labinski. Ano que vem tem mais. “Só vou parar de lutar na hora em que o corpo não aguentar mais, mas a máquina está ótima”, garante o lutador, que já foi número 7 do ranking da Federação Internacional em 2013.
Entre as fotos, certificados, quadros com reportagens, cinturões e medalhas que decoram a academia que mantém no Centro de Palhoça, Léo guarda uma placa indicando a posição no ranking, na categoria senior2, peso leve. Hoje, vem em 42º lugar, na médio.
Os resultados nos tatames servem de inspiração para os jovens alunos. Além da equipe NS Loyal Brothers BJJ, Léo lidera o projeto social Jiu-Jitsu Sobe o Morro e Desce a Ladeira, que conta com cerca de 40 alunos em Palhoça e outros 20 em Biguaçu. Somando todos os alunos matriculados nas academias onde dá aula, passa de 100 pupilos. E cerca de 25 desses alunos hoje são atletas de competição, em diferentes categorias.
Apesar da sua base ser em Palhoça, Léo conta que recebe mais apoio em Biguaçu. “Eles pagam minha inscrição e me apoiam nas competições, coisa que Palhoça não faz”, lamenta. O apoio é liderado pela vereadora Salete Orlandina Cardoso (PR). A vereadora tem identificação com o judô, outro esporte que está no DNA da família Loureiro: o tio de Léo, Álvaro, foi reserva da fera Aurélio Miguel, campeão olímpico na categoria meio-pesado nos Jogos Olímpicos de Seul, em 1988, e medalha de bronze em Atlanta-1996; e o próprio Léo é faixa preta de judô.
Em 2019, o faixa preta deve contar novamente com o apoio do município vizinho e busca novos apoiadores para concretizar o objetivo de lutar o Mundial em Abu Dhabi. Até lá, vai manter o foco nos treinos e nos projetos sociais, que não formam apenas atletas, e sim, cidadãos de bem. “O jiu-jitsu não é só um esporte, é um estilo de vida. Ele me trouxe qualidade de vida, disciplina, foco, respeito ao próximo, humildade”, argumenta. E é essa visão ampliada do esporte que ele passa aos alunos. “Já aconteceu de vários chegarem aqui com notas péssimas, só que eu sou chato pra caramba, porque eu cobro muito. Ele não treina comigo apenas no projeto social, ele tem que ser um bom filho em casa e ter boas notas na escola”, assegura o faixa preta, radicado em Palhoça desde 2006.