Após diversas incertezas e instabilidades provocadas pela pandemia da Covid-19, os Jogos Paraolímpicos de Tóquio, no Japão, estão confirmados para ocorrerem entre 25 de agosto e 6 de setembro de 2021. Um total de 4,4 mil atletas disputarão 22 modalidades esportivas. Uma dessas é a atleta de remo Josiane Lima, que tem Palhoça como segunda casa.
Passado, presente e futuro: ao longo de uma história repleta de superação, Josiane colecionou títulos e momentos marcantes, mas é a primeira vez em que a remadora se prepara para uma competição tendo que evitar treinos presenciais.
Segundo a atleta, “os treinos estão acontecendo em isolamento, por causa da pandemia”. “Estou tendo que treinar dentro do meu apartamento; em cima de um simulador de remo, que chamamos de remo ergométrico. Ela é uma máquina profissional de remo”, explica Josiane, que costumava se preparar em um centro de treinamento em São Paulo.
Apesar da mudança de rotina, as “expectativas são boas e já estamos aguardando o embarque para Tóquio, que será no final de julho. Mas antes disso, estamos com uma programação para ir para uma regata na Itália, mas que está a confirmar, por causa da pandemia”, conta a paratleta.
Atípico, esse será mais um capítulo desafiador entre os muitos já vividos. Lima é consagrada por já ter recebido ouro, prata e bronze em campeonatos mundiais de remo paraolímpico.
Apesar de ser profissional no remo há cerca de 15 anos, ela nem sempre foi remadora. “Sempre fui muito ligada ao esporte, mas praticava diversas modalidades. Eu também me formei em Educação Física. Mas foi em 2004 que eu sofri um acidente de carro e perdi movimentos na perda esquerda. Depois disso, tive que me readaptar, até que me enquadrei na categoria de paratleta”, relembra.
Natural de Florianópolis, filha de pescadores e amante das águas, Josiane não demorou para se encontrar no remo. “Comecei a treinar em 2006. Minha categoria é a PR2. Eu utilizo os braços e o tronco para remar, sem o uso das pernas” - detalha a atleta, que treinou no Clube de Regatas Aldo Luz, na capital catarinense.
Apenas um ano após tornar-se profissional, a atleta conquistou a medalha de ouro no campeonato mundial da modalidade, realizado em Munique.
E, apesar de “manezinha da ilha”, a remadora multicampeã diz que vê Palhoça como uma segunda casa. “Morei em Palhoça por quase 12 anos. No começo dos anos 2000, quando me mudei, Palhoça era vista como o município que mais crescia no Brasil. E eu fui muito bem recebida”, conta Josiane.
Títulos e preparativos
Além da medalha de ouro de Munique, Josiane Lima colecionou títulos nos últimos anos.
O remo entrou na modalidade de competições paralímpicas em 2008. Logo na estreia, ao lado de Elton Santana, Josiane conquistou medalha de bronze. Naquele ano, a disputa ocorreu em Pequim. Além da edição de estreia, ela também foi aos jogos de Londres 2012 e Rio 2016.
Entre os outros títulos de Josiane estão: Prata no Mundial realizado na Polônia, em 2009; Prêmio Brasil Olímpico e Paralímpico; Melhor atleta paralímpica feminino do Brasil em 2009; Penta campeã mundial de remo indoor em 2011, 2013, 2014, 2015 e 2017; medalha de bronze no mundial de remo de 2015 em Amsterdã e as medalhas de prata nas Copas do Mundo de Remo de 2012 na Sérvia, 2015 na Itália e 2018 na Áustria.
É com toda essa bagagem que Josiane irá para Tóquio. Aos 45 anos, a remadora participará de sua quarta Paralímpiada, formando dupla com o carioca Michel Pessanha.
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