Por: Sofia Mayer*
É certo que a pandemia trouxe desafios e tornou certos processos mais lentos. A Ciretran de Palhoça, no entanto, aponta que a alta demanda de solicitações para a primeira habilitação tem raízes também em outra questão. Segundo a delegada Michele Correa, da Polícia Civil, o número pode evidenciar uma falha na preparação dos alunos: no município, há cerca de 60% de reprovação nos exames para obtenção da CNH, segundo as análises feitas.
Pesquisas internas apontaram que dos 472 exames solicitados, 251 são de pessoas que já haviam reprovado no exame, demonstrando que o número excessivo de solicitações não é um problema decorrente apenas da Ciretran. Para a delegada, o cenário pode evidenciar falha no ensino, mas também desinteresse dos próprios alunos. Independente da origem, segundo ela, os números chamam a atenção.
Ela destaca também a importância de primar pela qualidade do teste: “Os examinadores da 30ª DRP são rigorosos, porque o trânsito envolve vidas, é responsabilidade colocar uma pessoa que não está habilitada no trânsito. Ainda mais hoje, com esses índices de acidentes”, diz.
Alterações na pandemia
Desde o início da pandemia, mesmo com regramentos sanitários mais rigorosos, a DRP de Palhoça se manteve aberta. “O Detran, num primeiro momento, não foi considerado atividade essencial, foi autorizado por decreto estadual que a gente atuasse remotamente. Mesmo assim, todos os servidores decidiram vir trabalhar”, destaca a delegada.
Em cumprimento às normas sanitárias vigentes, que estipulavam uma redução em 50% do quantitativo de exames práticos, apenas 48 testes passaram, então, a ser feitos por dia.
Com a divulgação da Portaria Nº 717, de nove de setembro, esse índice pôde ser ampliado, com base nas necessidades específicas de DRP: “A partir de semana que vem, inicia um mutirão, e em um mês nós vamos zerar esse quantitativo represado de reteste”, informa a delegada. A proposta é que, em novembro, voltem a ser feitos 100 testes por dia.
Empresas que tiverem mais de 60% de reprovação em seis meses, contudo, poderão perder o credenciamento: “Nós sempre abrimos a portas para todos, fazendo reunião, tentando atender aos pedidos”, afirma Michele Correa.
Novos prazos
A delegada explicou que não é preciso ter pressa, tendo em vista que o prazo para finalizar o processo de habilitação passou de 12 para 18 meses.
* Sob a supervisão de Alexandre João Bonfim da Silva
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