O técnico Hudson Coutinho está de volta ao Guarani de Palhoça, time que liderou na campanha do título da Segunda Divisão do Campeonato Catarinense de 2012. Hudson retorna ao Estádio Renato Silveira novamente com a missão de recolocar o Bugre Palhocense na elite do futebol estadual.
O treinador recebeu o convite do próprio Sérgio Ramirez, experiente técnico que comanda a base do clube e vinha assumindo, também, o time profissional nas últimas temporadas. “O primeiro contato foi com o professor Ramirez. Ele ligou, perguntando se eu tinha interesse, por ser aqui da região e já ter trabalhado no clube, depois o Fabiano (Fabiano Pierri) entrou em contato. Foi simples, não foi uma coisa muito formal, até pelo conhecimento que a gente tem do clube”, revela Hudson, feliz em voltar a trabalhar com o futebol profissional (seu último trabalho havia sido no Marcílio Dias, em 2017), principalmente em um clube localizado tão perto de casa (ele mora em Palhoça, no Pagani) e com o qual tem tanta identificação.
Já é sua terceira passagem pelo Guarani. A primeira foi como preparador físico, na primeira incursão do Bugre em gramados profissionais. Foi em 2000, quando o time comandado pelo técnico João Carlos da Silva, o popular Balduíno (Badu), foi semifinalista da Série B do Catarinense. Uma coincidência: naquele time, havia um atacante chamado Pequeno, que morava na Pinheira; o filho dele, o lateral-direito Vinícius, hoje faz parte das categorias de base do clube.
A segunda passagem foi em 2012. Hudson Coutinho foi contratado para ser o treinador da equipe sub-20 do Guarani, que disputaria o Estadual da categoria. “Estava andando na rua, perto de onde eu moro, e encontrei o Amaro Junior. Ele me disse: ‘Tô montando o time sub-17 e o time sub-20, qual tu queres?’ Escolhi o sub-20, e o Amaro ficou com o sub-17”, relembra o treinador, que chegou à semifinal daquela Segundona Sub-20. A boa campanha, com um time montado com a garotada da região, chamou a atenção da direção, que ofereceu um novo desafio: comandar a equipe profissional na Série B do Catarinense, que começaria em seguida. “O olho brilhou na hora”, recorda Hudson.
Com o reforço de jovens jogadores que já haviam passado por Figueirense e Avaí, Hudson montou um time competitivo, que conquistou o título daquela competição e recolocou o Guarani na elite estadual. Foi seu primeiro trabalho como profissional, e começou logo com um título catarinense. “Foram momentos legais. Aquela Segundona foi só alegria. Tudo conspirou para que a gente fosse campeão, foi tudo favorável. Foi uma escola, um aprendizado enorme”, revela.
No ano seguinte, chegou a comandar a equipe nos primeiros jogos da Série A. “Foi uma história de conquistas, de muito aprendizado, de amizades”, destaca. Por tudo isso, não foi difícil aceitar o convite para voltar a trabalhar no Renato Silveira. “O Guarani é um clube tão simpático que todo mundo quer voltar a trabalhar aqui! A organização do clube é muito grande, é diferente: é um clube de futebol, mas é tratado como uma empresa. É um projeto altamente profissional”, elogia o treinador.
O trabalho em campo começou na última segunda-feira (6), com os jogadores que já estavam no elenco. Os reforços devem chegar aos poucos, em “doses homeopáticas”. A expectativa é a de que a base do elenco esteja formada até esta sexta-feira (10). “Vou ter 20 dias para trabalhar com o grupo”, projeta o treinador. A competição começa no dia 2 de junho. O Guarani estreia em casa, diante do Barra. Também participam da competição, que oferece duas vagas na elite estadual em 2020, os clubes: Almirante Barroso, Próspera, Juventus, Camboriú, Fluminense, Blumenau, Concórdia e Internacional. “São todos times muito competitivos, muito nivelados, não tem favorito”, avalia Hudson Coutinho.
Os times se enfrentam em turno e returno, em sistema de pontos corridos. Os dois melhores fazem a final do campeonato e automaticamente garantem vaga na Série A do ano seguinte. A intenção do Guarani é a de brigar por uma dessas vagas. “Ninguém pode entrar só para participar, senão é o primeiro passo para cair. Para mim, para o clube, para os meninos que vão participar, nós vamos entrar para conquistar o acesso. A gente sabe que no projeto do Guarani, a prioridade é a base, mas vamos fazer um time competitivo, para fazer bonito na Segunda Divisão”, assegura o treinador, que tem acompanhado os jogos das categorias de base e garante que a safra de jogadores é boa e vai conseguir formar um grupo competitivo.